Gato na tuba

Generalizações perigosas

Sidney Borges
Como é sabido pelos que me lêem, multidinha que lotaria um Karmann-Ghia, sou favorável ao programa Bolsa-Família.

Só é contra quem nunca sentiu falta de dinheiro, a turma do bolso cheio por herança ou por competência.

Ouço por aí que o homem tem duas chances de colocar o burro na sombra. Ao nascer ou ao amarrar os trapos. Na chegada há uma bifurcação. Berço de ouro ou dom. Ronalducho gorducho exemplifica o que digo.

No entanto, a maioria da qual faço parte nasce sem talento e sem pai rico. Resta escolher uma moçoila prendada com dinheiro na caixinha, como a dona baratinha.

Vocês se lembram da história da lagartixa macho, digo do lagartixo que ao ver uma lagartixinha novinha cheirozinha e com a cauda enfeitadinha atravessou a avenida São João sem olhar? Não se lembram. É triste, por causa do belo rabo ele acabou perdendo a cabeça, esmagada pelo pneu da lotação lotada.

Com o tempo belos rabos acabam sucumbindo à gravidade, mas as uniões são difíceis de serem desfeitas, portanto quem nasceu pobre e casou mal tem duas opções.

Fazer concurso público e gozar das delícias do funcionalismo, ou estudar, ralar e tentar ganhar dinheiro no mercado. Isso obviamente onde existe mercado, vale para as grandes cidades, em localidades pequenas a única saída é se tornar amigo do rei. E puxar, puxar, puxar o saco sem corar.

Escrevo para muitos e poucos entendem, na verdade poucos me lêem o que considero falta de urbanismo da comunidade leitora. Aqueles que vivem à margem da vida saberiam o que estou dizendo se tivessem subsídios para entender um texto, mas quando vão à escola aprendem que a salvação é o MST. E o Degas aqui a conjugar subjuntivos.

Quando destemido lanço o brado Emilinha, a multidão, digo a multidinha, entende Marlene.

Estão escrevendo estrepolias contra o programa Bolsa-Família por conta de um gato. Falta de assunto, o programa é amplo e beneficia muita gente. O que aconteceu foi um fato extraordinário, um ponto fora da curva e pode ser colocado na gaveta das exceções.

Não tem substância para invalidar a regra, o Bolsa-Família é um avanço nas relações sociais e deve ampliado. Não se esqueçam os detratores que o advento dos programas niveladores se deu no governo FHC, por inspiração de Toninho Malvadeza.

Lula se apropriou, colocou a sua marca e fez ótimo uso. Ganhou votos com isso? Tenho comigo que foram votos merecidos.

O que é bom para o povo brasileiro merece aplausos.

Comentários

Anônimo disse…
Miau!

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