Estado novo de novo

Evolução

Sidney Borges
O progresso da humanidade não é linear, em certos momentos avançamos mais. Infelizmente o desenvolvimento parece estar sempre atrelado aos conflitos. É difícil afirmar com certeza, mas se não tivesse acontecido a Segunda Guerra Mundial talvez eu não usasse um computador para escrever.


A sociedade humana tem alguma semelhança com o mundo infinitamente pequeno dos quanta. Os avanços acontecem em pacotes durante as crises. A energia da turbulência é absorvida e depois devolvida na forma de descobertas.

Na escola aprendemos que o átomo é semelhante ao sistema planetário, com o núcleo na posição do Sol e os elétrons girando como se fossem planetas.

Essa concepção criada por Rutherford explica satisfatoriamente os fenômenos que envolvem a Física e a Química e poderia ser considerada definitiva não fosse um pequeno senão.

Os elétrons têm carga e segundo Maxwell, cargas aceleradas emitem energia.

Abrindo parênteses, o que mantém o elétron girando é a velocidade, que pode ser traduzida por energia cinética. Se o elétron perder energia sua velocidade diminui, a órbita decai e, bau-bau, nem quero imaginar, o Universo desaparece em um amontoado de partículas juntinhas qual sardinhas em latas.

Waal, São Bohr deu a solução e nos salvou. Segundo as tábuas que recebeu no deserto, existem níveis energéticos no átomo, isto é, se o elétron estiver na órbita que lhe foi destinada pelo Arquiteto do Universo não haverá emissão de energia e o mundo não correrá o risco de acabar.

Hoje vou acender uma vela para São Bohr na encruzilhada das facas flamejantes.

Coloquei esse nariz de cera para entrar no cerne da questão. Nem tanto ao mar, nem tanto à Terra. A crise que colocou nas cordas o neoliberalismo mostra que certo controle do Estado é bem-vindo. Parâmetros. Precisamos deles ou a ganância humana entra em cena e estraga a festa.

Esqueci de dizer que o ser humano não foi um bom projeto, o Arquiteto deixou alguns detalhes por conta do acaso e deu no que deu.

Bem, voltando ao mundo misterioso da economia, parece que vamos entrar em uma nova era. Bohr diz que o elétron emite energia depois de receber energia externa.

Como afirmou um dia Clodovil, para dar é preciso ter o que dar.

Com a bufunfa debaixo do braço a bolinha veloz, tatuada com um sinal de menos, muda de nível cheia de energia. Mas como o bom filho sempre à casa torna, o elétron emocionado adentra ao lar. E é no momento em que salta para os braços de mamãe que emite a energia recebida.

Não confundir o salto do elétron com os salta-pocinhas da cidade do Porto.

Quem sabe o estado novo, não confundir com o similar que grassou em terras tupiniquins, falo do estado novo das coisas que estão tirando o sono da galera. Pois é, quiçá o estado novo consiga colocar no mesmo saco Adam Smith e Marx. Quem sabe? Nobody knows.

Na bonança pós-crise vamos ter comunismo com liberdade, ou seja, o patrão será o Estado e todos terão emprego e estabilidade. Mas poderão falar mal do governo e viajar nas férias. Legal né?

O problema vai ser dos banqueiros.

Quando o banco falir não vai haver Banco do Brasil para comprar, como aconteceu recentemente com o Banco Votorantim. Se fosse no tempo dos tucanos o socorrinho de bilhões seria taxado como escândalo. Agora foi apenas um passo rumo ao socialismo.

Viva o Brasil, entra ano, sai ano e tudo continua a mil. Os ricos cada vez mais ricos dão vivas ao Lula. Felizes e contentes sob o céu azul da cor do anil.

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