Opinião

Falem mal, mas falem de mim

Paulo de Oliveira Barros
Parece ser este o lema que impera na Câmara Municipal de Ubatuba. Os nobres edis, com suas atitudes, nos fazem crer que não consultam os advogados que têm à disposição na casa, e por isso vivem cometendo erros um atrás do outro, tornando-se motivo de chacota na boca do povo. Não raramente aprovam "por unanimidade" leis esdrúxulas, inócuas, sem sentido, sem conteúdo, isentas de quaisquer benefícios para o município; outras, em flagrante contraste com leis anteriores em vigor, em confronto com leis estaduais e federais, aprovando até leis inconstitucionais que perdoam o ilegal, que dão anistia às obras irregulares, tornam válido e legal o oportunismo e o ilícito. Muito embora saibamos que o "lobo perde o pêlo, mas não perde o vício", devido também à falta de consultas jurídicas, 04 (quatro) deles estão às voltas com a Justiça, podendo ser cassados por improbidade administrativa, mesmo que, para sua defesa, se utilizem das falas do presidente Luiz Inácio Eu Não Sei De Nada Lula da Silva, e seus comandados, ou de outros meios e costumes pouco ortodoxos.
Em Ubatuba, tornou-se raro uma gestão sem envolvimento com o judiciário. É fácil notar o porquê. O posicionamento de alguns vereadores, faz dos advogados da Câmara Municipal, figuras decorativas, pois raramente são consultados. Ficamos aqui do "lado de fora", sem saber se esses profissionais liberais reclamam sem sucesso da dispensa e isolamento que lhes impõem o legislativo, ou simplesmente se calam, se acomodam, o que é pior, arriscando-se ao constrangimento pela inutilidade imposta ou pela culpa "in vigilando" e "in omittendo".
Quando acontecem fatos graves como os da vacina para dengue, "fabricada" pelo único laboratório do mundo que detém tal fórmula, localizado nesta cidade, de propriedade do médico, "cientista" e presidente da Câmara Municipal de Ubatuba, Dr. Ricardo Cortes, as notícias voam, os comentários se alastram e vem a pergunta: Porquê os advogados da Câmara não são consultados? Porquê um vereador, mesmo tendo um diploma de curso superior, mormente sendo médico, arrisca-se a cometer tamanho despautério, ter que aceitar a presença constrangedora e intimidadora da polícia, da fiscalização municipal, da vigilância sanitária e o fechamento mesmo que temporário de seu estabelecimento, sujeito ainda a passividade por crime contra a fé pública, usurpação de função pública, processo disciplinar por conduta anti-ética, dentre outros?
Na verdade, se formos olhar atentamente para a fotografia no jornal, para a tal vacinação gratuita em massa ali enfileiraram-se muitas pessoas, inclusive da classe média local, aparentemente cultas, com seus filhos e netos no colo que, com sua presença, por inocência ou por ignorância ou as duas coisas juntas, contribuíram para o embuste. Na verdade, são pessoas que só assistem a televisão e ouvem, mas não lêem. Se lessem, saberiam que ainda não foi fabricada em lugar nenhum do mundo, uma vacina para a dengue, a não ser, talvez, o tal laboratório. Aparecer na fotografia do jornal, acreditando na eficácia e imunidade da tal vacina é no mínimo constrangedor, dando corpo, aprovação e um ar de austeridade e seriedade às pretensões ilícitas do autor do desmando.
Prestem atenção, vem aí as eleições de 2008. FALEM MAL, MAS FALEM DE MIM! Este é o lema do baixo clero. O interesse próprio como objetivo principal. No entanto, existe um meio mais seguro que a justiça, que não raramente falha. Trata-se do voto. Se a justiça não cassa, o povo cassa.

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