Brasil, país do futuro

Sem escravos, o negócio é trabalhar...

A peste negra matou metade da população da Europa do século XIV. Entre os anos de 1347 e 1350, cidades ficaram vazias e campos deixaram de ser cultivados, agravando a situação dos que não sucumbiram à doença dos ratos. Durante muito tempo os historiadores estimaram as mortes entre um terço e um quarto da população. Estudos modernos, que abordam as conseqüências econômicas do fenômeno, indicam que a devastação foi maior, atingindo um em cada dois europeus. Com a redução da oferta de mão de obra houve uma reorganização das relações de trabalho. Nobres sobreviventes já não encontravam mão de obra barata para cultivar suas terras. Quem diria, a nobreza foi obrigada a trabalhar. Ou isso ou morriam de fome. Alguns que dispunham de capital investiram em equipamentos. Os nobres fariam qualquer coisa para não sujar as rendas dos punhos. Assim nasceu uma verdadeira revolução na agricultura, que foi aos poucos mecanizada e modernizada, aumentando a produtividade e trazendo um novo tempo para a Europa. Começavam a ser vislumbrados os primeiros sinais do Renascimento. Ontem a Folha de São Paulo publicou com destaque uma matéria abordando os programas sociais do governo e a mão de obra do Nordeste. Os beneficiados com os programas sociais estão evitando empregos formais. Eu dou toda razão a eles. Eu faria o mesmo. Os empregos formais do Nordeste são instáveis, incertos e mal remunerados. A situação pode ser definida como escravidão branda, mas, ainda assim, escravidão. Há mais de um século a situação adversa dos trabalhadores nordestinos vem motivando o movimento migratório rumo ao sul. Quem sabe sem escravos os donos do capital experimentem algo novo. Talvez pagar salários melhores e dar condições dignas de trabalho aos que empregam. Os programas sociais do governo Lula, criados no governo FHC, são corretos. Entre a escravidão sem futuro e a assistência do painho Lula, melhor a segunda hipótese. (Sidney Borges)

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