Todos sabiam, menos ele...
Ex-petista declara que Dirceu sabia da corrupção em Santo André e MP usa o argumento para tentar reabrir investigação
Por Lilian Christofoletti e José Alberto Bombig, na Folha:
"O secretário de Habitação de Mauá (SP), Altivo Ovando Júnior, disse em depoimento ao Ministério Público que o ex-ministro José Dirceu 'tinha conhecimento' do suposto esquema de arrecadação de propina do PT em Santo André. 'O então presidente do PT, José Dirceu, também tinha conhecimento de arrecadação de propina em Santo André, como relatava em reuniões no gabinete do prefeito [de Mauá]', disse Ovando Jr., em depoimento no dia 9 de fevereiro no inquérito da Promotoria Criminal que investiga irregularidades na administração petista de Mauá (1997-2000). À época, Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado sob acusação de comandar o mensalão, era presidente do PT. Em 2000, Ovando Jr., ex-petista, ocupava a mesma secretaria em Mauá. Hoje, a cidade é administrada por Leonel Damo (PV), adversário do PT, assim como Ovando Jr. O primeiro depoimento de Ovando Jr. ao Ministério Público foi em fevereiro de 2005, quando disse que membros da cúpula petista exigiram e receberam propina de um grupo empresarial de Mauá. Ele também teria participado do crime. O dinheiro teria sido usado para financiar parte da campanha eleitoral de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo em 2000. Nesse depoimento, o nome de Dirceu não foi citado. Após a Folha ter revelado o caso, em junho de 2005, ele, em entrevista a uma rádio, mudou parte do testemunho, dizendo que não recolheu a propina. Em fevereiro deste ano, Ovando falou novamente aos promotores. Dessa vez, disse que o ex-ministro da Casa Civil, no gabinete do então prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), teria falado sobre a arrecadação ilícita em Santo André. Cópia do documento foi enviada ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que investiga o mensalão. Trecho do depoimento de Ovando Jr. foi transcrito pelos promotores no ofício enviado ontem ao ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, como uma tentativa de reabrir a investigação contra Dirceu na apuração da corrupção em Santo André, que estaria ligada ao assassinato de Celso Daniel. Dirceu, por meio de advogado, negou a acusação e disse que não há fato novo. Grau acolheu recurso de Dirceu e determinou o trancamento da investigação, sob o argumento de que o Ministério Público não apresentava fatos novos que comprovassem o envolvimento do ex-ministro no esquema. Eros Grau vai analisar o pedido da Promotoria."
Por Lilian Christofoletti e José Alberto Bombig, na Folha:
"O secretário de Habitação de Mauá (SP), Altivo Ovando Júnior, disse em depoimento ao Ministério Público que o ex-ministro José Dirceu 'tinha conhecimento' do suposto esquema de arrecadação de propina do PT em Santo André. 'O então presidente do PT, José Dirceu, também tinha conhecimento de arrecadação de propina em Santo André, como relatava em reuniões no gabinete do prefeito [de Mauá]', disse Ovando Jr., em depoimento no dia 9 de fevereiro no inquérito da Promotoria Criminal que investiga irregularidades na administração petista de Mauá (1997-2000). À época, Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado sob acusação de comandar o mensalão, era presidente do PT. Em 2000, Ovando Jr., ex-petista, ocupava a mesma secretaria em Mauá. Hoje, a cidade é administrada por Leonel Damo (PV), adversário do PT, assim como Ovando Jr. O primeiro depoimento de Ovando Jr. ao Ministério Público foi em fevereiro de 2005, quando disse que membros da cúpula petista exigiram e receberam propina de um grupo empresarial de Mauá. Ele também teria participado do crime. O dinheiro teria sido usado para financiar parte da campanha eleitoral de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo em 2000. Nesse depoimento, o nome de Dirceu não foi citado. Após a Folha ter revelado o caso, em junho de 2005, ele, em entrevista a uma rádio, mudou parte do testemunho, dizendo que não recolheu a propina. Em fevereiro deste ano, Ovando falou novamente aos promotores. Dessa vez, disse que o ex-ministro da Casa Civil, no gabinete do então prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), teria falado sobre a arrecadação ilícita em Santo André. Cópia do documento foi enviada ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que investiga o mensalão. Trecho do depoimento de Ovando Jr. foi transcrito pelos promotores no ofício enviado ontem ao ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, como uma tentativa de reabrir a investigação contra Dirceu na apuração da corrupção em Santo André, que estaria ligada ao assassinato de Celso Daniel. Dirceu, por meio de advogado, negou a acusação e disse que não há fato novo. Grau acolheu recurso de Dirceu e determinou o trancamento da investigação, sob o argumento de que o Ministério Público não apresentava fatos novos que comprovassem o envolvimento do ex-ministro no esquema. Eros Grau vai analisar o pedido da Promotoria."
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