Papo do Editor

Eu e a TV Câmara

Sidney Borges
Há dois anos fui convidado pelo Dr. Ricardo Cortes para fazer o projeto da TV Câmara. Gostei do convite e comecei a trabalhar. É um ideal que acalento há muito tempo. Imaginei criar campanhas educativas no estilo do "Sugismundo", da TV Cultura, discutir temas relevantes da região, encenar peças teatrais com alunos da rede pública. E dar opção aos jovens de aprender uma nova profissão. Televisão precisa de muita gente trabalhando. Ubatuba não é pródiga em oportunidades.

Eu jamais quis um emprego público. Em 2005, em conversa sobre a Fundart com o assessor de governo, Maurinho, me foi oferecida uma colocação. Agradeci e disse que não queria. Semanas depois houve o triste episódio da árvore em que ambos perdemos a cabeça, contingência da vida, águas passadas.

A televisão não aconteceu, não sei o porquê, mas respeito a decisão. A Câmara presidida pelo Dr. Ricardo Cortes houve por bem seguir outros caminhos. Nossa relação continua cordial.

Há duas semanas fui procurado por um assessor do prefeito que sondou meu interesse em fazer parte do grupo político que vai trabalhar pela continuidade. Não sou político e só trabalho em campanhas com dinheiro na mesa. Quando o então candidato Eduardo Cesar me convidou para fazer parte da campanha de 2004, pedi para ser remunerado. Não concordei com a sugerida troca de trabalho por um cargo futuro. Não tenho vocação para aspone, sei escrever e trabalhei alguns anos em televisão. Gosto dessas atividades, embora ganhe a vida escrevendo sobre Física.

No dia da visita do assessor eu disse ter lamentado não realizar o sonho televisivo e que gostaria de retomar o projeto. Isso é público, nunca disse nada diferente aos que privam da minha intimidade. Televisão em comunidades pequenas só é possível se for bancada por órgãos públicos. Não existe um universo de anunciantes capaz de fazer frente aos custos, Ubatuba já teve  tentativas. Resultaram em fracasso.

Querer fazer a TV Câmara não tem nada a ver com o meu posicionamento em relação à administração. Meus leitores sabem que é o mesmo desde os tempos de Paulo Ramos. Não faço elogios quando a prefeitura cumpre a obrigação. Não faço críticas sem que sejam fundamentadas. Não sou membro de grupos de oposição, tento informar o que vai pela cidade. Disse tento, nem sempre consigo pois não posso me dedicar como gostaria. Em Ubatuba as fontes são raras e tenho contas a pagar.

Além disso, o Ubatuba Víbora abrange um amplo leque de temas e a administração é apenas um deles. Em tempo, ganho a vida sem depender da cidade, trabalho o dobro do que deveria e ganho menos do que acredito merecer, mas vivo de forma honesta e honrada. Coloco a cabeça no travesseiro e durmo o sono dos justos.

Coincidência, enquanto escrevia este texto o telefone tocou. Me ofertaram uma colocação em São Paulo. Recusei, tenho cachorro, dois gatos e samamabaia. Gosto daqui e já passei da idade de ter ilusões. Decidi ficar em Ubatuba até o último dia.

A visita acabou dando resultado. O tiro que mirou no coelho e resvalou no gato colocou na berlinda uma boneca maledicente. Conhecendo as ligaçõso do  visitante com certas figurinhas carimbadas da cidade, juntei as pontas da corda, analisei textos recebidos pelo Blog e matei a charada. Waal!

Descobri o autor das gracinhas publicados no jornal que ataca quem não diz amém. Vou revelar no momento apropriado. Antes vou passar o nome da "boneca" às vítimas constantes. Como diz o ditado: "o peixe morre pela boca".

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