Energia

Expansão da energia nuclear pode impulsionar investimentos na Índia

Fonte Nuclear (
ABEN)
O crescimento da energia nuclear na Índia está tendo efeitos benéficos na economia do país. De acordo com matéria publicada pelo site “MarketWatch”, o governo indiano estima que as novas oportunidades de investimento no setor podem representar negócios de mais de US$ 70 bilhões nas próximas duas décadas. Analistas afirmam que existem oportunidades a longo prazo, com destaque para as áreas de produção de equipamentos e geração de energia.

Depois de permanecer isolada do comércio do setor durante três décadas – devido à sua recusa em assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e por desenvolver armamentos nucleares –, a Índia se integrou à comunidade nuclear internacional nos últimos anos após assinar acordo de cooperação com os Estados Unidos. O país conta hoje com 18 usinas nucleares, operadas pela empresa estatal Nuclear Power Corporation of India Ltd. (NPCIL). A mais recente entrou em operação comercial em fevereiro. Além disso, outras cinco unidades estão em fase de construção.

Empresas multinacionais estão apostando no potencial nuclear da Índia. GE-Hitachi e Westinghouse anunciaram em dezembro que planejam participar da construção de reatores no país. O primeiro reator da GE-Hitachi, uma unidade de 1.520 a 1.550 megawatts, deve entrar em operação em 2018 ou 2019. Já a Westinghouse negocia a construção de uma usina de 1.100 megawatts.

A expansão nuclear indiana não está isolada no continente asiático. A Ásia é onde o investimento em energia nuclear mais cresce no planeta. A principal razão para isso é o forte crescimento econômico das economias da região e o aumento da demanda por energia elétrica. De acordo com projeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a região que inclui Ásia e Oriente Médio responderá por 52% da capacidade nuclear instalada no mundo em 2020. Em 2030, esse número subirá para 66%. Em comparação, em 2008, esses países respondiam por apenas 29% do total mundial.

Na região, os Emirados Árabes Unidos se tornaram a mais recente adesão à geração nuclear. No ano passado, o país fechou um contrato de US$ 20 bilhões com um consórcio liderado pela empresa coreana Korean Electric Power Co. (Kepco) para a construção de quatro reatores. A expectativa é de que outros países do Oriente Médio sigam o mesmo caminho. A grande relevância na expansão nuclear asiática é o ritmo deste processo e a ascensão de Índia, China e Coréia do Sul não só como usuários da energia nuclear, mas como exportadores de usinas, componentes e know-how, refletindo a crescente globalização da indústria nuclear mundial.

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