Álcool

Vai um trago aí?

Sidney Borges
Leio na Folha: Maioria dos estudantes já consumiu álcool, aponta pesquisa. Falam de adolescentes de 13 a 15 anos. No meu tempo de adolescência tomávamos cuba-libre nos bailinhos pró-formatura. Alguns colegas de escola continuaram tomando cuba-libre e coisas mais fortes. Poucos se tornaram alcoólatras. Alguns enveredaram pelas drogas.

Meu grupo de amigos era constituído por jogadores de basquete. Bebíamos pouco, mas bebíamos. Meu primeiro pileque aconteceu por acaso. Acertei um tiro de rolha no alvo e ganhei um litro de vermute. Estávamos em três, eu devia ter 12 anos. Afundamos a rolha e bebemos no gargalo. Um gole, depois outro e depois outro e o mundo começou a girar.

Foi um fiasco, eu tinha hora para chegar em casa. O planeta demorou a estalizar-se. Naquela noite levantei-me duas vezes para beber água. Em uma delas comi o que restara de um pudim. O açúcar restaurou o nível de glicose e o pileque passou.

No dia seguinte senti os efeitos da ressaca. A primeira da vida. Foi uma lição. Nunca mais atirei em garrafas, minhas incursões ao stand de tiro do parque de diversões passaram a mirar cigarros.

Humphrey Boggart fumava, meu pai fumava, todo mundo fumava. Comecei a fumar. Foi uma péssima idéia, demorei vinte anos até entender que o cigarro é como certos crimes. Não compensa.

Há crimes que compensam. Os crimes de colarinho branco, praticados por políticos, além de enriquecê-los, acabam em pizza.

Não se tem conhecimento na história do STF de um agente político condenado por improbidade administrativa. Lula prometeu que iria mudar o Brasil. O Brasil mudou Lula. Tudo continua no mesmo lugar.

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