Brasil

Mais um fracasso no pré-sal

Por Malu Gaspar no blog "Esquerda, direita e centro" (original aqui)
Na Petrobras até os copeiros da diretoria de Exploração e Produção já sabem. O poço seco de Guanari, operado pela Exxon (40%), em sociedade com a Amerada Hess (40%) e a Petrobras (20%), não foi o único a decepcionar no pré-sal. Embora não possa, tecnicamente, ser chamado de poço seco, o Azulão, que fica no mesmo bloco de Guarani e é explorado pelo mesmo consórcio, tem muito pouco óleo e nenhuma viabilidade comercial. Tanto que já foi apelidado internamente de "Azulinho".

Na estatal, não se entende porque a Exxon, operadora do bloco, ainda não divulgou o total de reservas do Azulão. No ano passado, a Exxon disse que esperava divulgar os números desse poço no início de 2009. Mas, até agora, tudo o que foi dito é que o Azulão teve sucesso geológico (foi encontrado petróleo), o que é bem diferente de ser um sucesso comercial. O anúncio de que Guarani não continha óleo algum, na semana passada, ajudou a colocar o assunto em termos mais realistas, lembrando que procurar petróleo sempre é uma atividade de risco, mesmo numa área tão promissora.

Mas provocou desconforto no governo Lula, já que foi com base no argumento de que o pré-sal é área sem risco exploratório que se decidiu criar uma estatal só para gerir suas receitas. Caso decidissem ser 100% claros a respeito da exploração de óleo no pré-sal, a Petrobras e o governo teriam de admitir ainda outro fato incômodo, sobre o qual toda a área técnica da companhia concorda: embora as rochas do pré-sal ocupem uma área da costa que vai de Santa Catarina até o Espírito Santo, a área onde se poderá retirar petróleo com fins comerciais é bem menor.

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