Coluna da Sexta-feira

Caixa preta

Celso de Almeida Jr.
Hoje, bato um papo com os empresários.

Caso você não seja, querido leitor, só deixo seguir adiante se me prometer que vai ponderar sobre o assunto neste feriado de Tiradentes. Afinal, o que escrevo tem tudo a ver com libertação.

Então, vamos lá...

Sem chororô, creio que administrar uma empresa em Ubatuba deveria ser pré-requisito para a conversão em monge tibetano.

Quanta paciência, né, amigo?

Tudo bem, a cidade é linda, o potencial é enorme, mas convenhamos: entra ano, sai ano e o roteiro é o mesmo.

Temos os meses de fartura e os meses de aperto.

Nunca descuide dessa regra.

Seguindo essa cartilha, você sobrevive e ainda sobra algum no bolso.

Caso contrário continue comprando bilhete de loteria.

Não é preciso ter calculadora. Nem um supercomputador.

Basta um lápis - daqueles de grafite bom - e um papel. Pode ser de embrulhar pão.

Você relaciona as contas, os compromissos, credores, devedores e dá os passos para sobreviver.

Claro que deve estudar e se capacitar sempre, mas, para quem gosta de números, tudo fica mais fácil. Para quem não gosta, não é o fim do mundo.

Procure alguém confiável que faça isso por você.

Isso funciona direitinho na iniciativa privada.

O proprietário sabe quanto tem e quanto pode, ou não, gastar.

E no serviço público, onde os donos somos nós?

Não dá para controlar com papel de pão, afinal, o cuidado com o trato do dinheiro precisa ser multiplicado por 90 mil, número aproximado de habitantes do município, os legítimos titulares desse capital.

Em plena era da tecnologia da informação, eu, você, a vovó, o sobrinho curioso, todos deveriam acessar a internet e saber o quanto a prefeitura tem em caixa, onde o dinheiro está sendo aplicado, porque haverá aumento salarial num determinado patamar, enfim, números confiáveis, claros, transparentes, que justifiquem, de forma lógica e didática, as atitudes do executivo municipal.

Então, responda rápido:

Temos tecnologia para isso?

Temos vontade política para que isso aconteça?

Temos boas intenções?

Podemos confiar nos nossos dirigentes, cegamente?

Devemos confiar nos nossos dirigentes, cegamente?

Nossos dirigentes são infalíveis?

Temos segurança nos números que dispomos para o planejamento?

São questões simples que mereceriam respostas verdadeiras, tirando a nebulosidade que tanto ofusca a nossa visão cidadã.

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