Perigo no front...

Mais um tombo na Bovespa

Na Folha Online:
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) mantém o ritmo acentuado de quedas nas operações desta quarta-feira, em meio a um pessimismo generalizado dos investidores a respeito da economia global. O "salvamento" da seguradora AIG, afetada pela crise dos créditos "subprime", propiciou um alívio momentâneo para o mercado financeiro, que teme um um cenário de piora da crise.
O termômetro da Bolsa paulista, o Ibovespa, desvaloriza 6,45% e desce para os 46.051 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,69 bilhões.
Uma queda dessa magnitude significa ações desabando: no topo das piores perdas (considerando os papéis preferidos pelos investidores), a ação ordinária do grupo varejista B2W (vendas on-line) despenca 11,40%; a ação preferencial da companhia aérea Gol cai 9,06%, enquanto a ação ordinária da Rossi (imóveis) retrocede 11%.
Entre os papéis carro-chefe da Bolsa, ação preferencial da Petrobras sofre baixa de 4,44%, enquanto o papel da Vale do Rio Doce desvaloriza 7,36%.
O dólar comercial é cotado a R$ 1,876 na venda, em alta de 2,90%. Trata-se do preço mais alto da moeda americana desde setembro de 2007. Já a taxa de risco-país marca 378 pontos, número 11,2% mais alto que a pontuação anterior.
O socorro financeiro do Federal Reserve, o banco central americano, à AIG, foi bem recebido por investidores e analistas, dando impulso para as Bolsas asiáticas e ajudando na abertura das Bolsas européias. Logo, no entanto, esse entusiasmo inicial arrefeceu: profissionais do mercado salientaram que o Fed apenas "ganhou tempo" num cenário ainda marcado pela incerteza: qual deve ser a próxima "bola da vez" é a questão bilionária hoje nas mesas de corretoras e bancos.
Nessa conjuntura, as principais Bolsas européias amargaram perdas no fechamento, a exemplo de Londres (declínio de 2,25%), Paris (baixa de 2,26%) e Frankfurt (queda de 1,74%). Nos EUA, a mundialmente influente Bolsa de Nova York retrai 3,12%, sem compradores à vista.

Lehman, AIG e a "bola da vez"

Os grandes investidores globais já estavam bastante sensíveis a risco nas últimas semanas, mas essa aversão ganhou novos patamares com a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA. O desastre do Lehman acentuou a expectativa pela próxima 'bola da vez'. Nesse sentido, a seguradora AIG passou o ocupar a posição central entre as preocupações do setor financeiro.A iniciativa de socorro do Federal Reserve (Fed, banco central americano) teve o efeito de propiciar algum alívio ao mercado financeiro, mas ao mesmo tempo, também despertou temores de que mais episódios como os do banco Lehman ainda possam ocorrer.
O mercado tem uma lista de motivos para temer o pior. Em pouco mais de uma semana, o governo dos EUA também preparou uma ajuda de até US$ 200 bilhões para as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, e o Merrill Lynch, outro importante banco de investimentos, foi vendido ao Bank of America, por US$ 50 bilhões. Na Europa, o banco britânico de hipotecas HBOS enfrenta a possibilidade de quebra.
Também afeta o humor do investidor nos EUA a queda de mais de 6% na atividade de construção residencial de julho para agosto, dado recebido como sinal de que não há solução à vista para os problemas econômicos do país. Entre agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado, a queda supera os 33%.
Com o cenário externo tão tenso, o noticiário econômico doméstico mostra pouca força para sustentar uma recuperação da Bolsa. Ontem, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que as vendas do comércio caíram 0,2% frente ao mês anterior. Na comparação com julho de 2007, houve incremento de 11%. Hoje, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou um incremento de 0,32% no nível de emprego da indústria paulista.

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