Varig

Nos céus do Brasil

Sidney Borges
A Varig volta ao noticiário. Não falo dessa Varig que está aí, arremedo da empresa que marcou o nome do Brasil nos céus do mundo. Falo da velha Varig, que retorna à mídia em função das maracutaias que envolveram o seu triste fim.
Eu voei pela primeira vez na vida em um DC-3 da Varig e cresci junto com a empresa. Tive e tenho amigos pilotos que trabalharam lá, inclusive alguns que ensinei a voar e que depois se tornaram comandantes de jatos intercontinentais. Há 25 anos fui convidado a compor a equipe de criação da revista Ícaro e depois desta lançada continuei ligado à Varig por mais um ano, só saindo por ter recebido proposta irrecusável de uma empresa de televisão. Nos meus tempos varigueanos tive a sensação de estar em um edifício com fundações de papel, que mais dia menos dia ruiria sob o próprio peso. Eram visíveis os sinais de corrupção, malversação de recursos, empreguismo, nepotismo e outras mazelas que acabavam encobertas pelo compadrio com as autoridades que governavam o país. Quando eu falava sobre isso e alertava para o perigo de quebra era tomado por lunático. A Varig é eterna, me diziam, é mais fácil acabar o Brasil do que acabar a Varig. Pois a Varig acabou, não resistiu aos desmandos. Acabou e pelo que está vindo à tona, acabou mal, foi entregue de mão beijada a um grupo de aventureiros que teve a sabedoria de escolheu o advogado certo. Amigo do rei. Quem é amigo do rei pode escolher a mulher e a cama. A conta será paga pela massa ignara. E vamo que vamo...

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