Proteção ambiental

APAs?

Ronaldo Dias
A proposta da criação das APAs só pode ser mais uma das “peraltices” da mimada Secretaria do Meio Ambiente. Como uma criança que esperneia, chora, grita, bate o pé pelo brinquedinho, quer vencer pelo “incômodo” até conseguir o que quer para, ato contínuo, largar, à própria sorte, o “brinquedinho” por falta de “pilha”. Abandonado como o Parque! A proposta do mosaico é de um repente. Não apresenta previamente nenhum resultado de qualquer levantamento ou estudo científico que o justifique. As afirmações até agora, atestam o total desconhecimento prático da biologia, do “habitat”, do ciclo reprodutivo e do comportamento das espécimes marinhas, que vivem e “freqüentam” o tal ”mosaico”. Desconsidera qualquer ação efetiva de recuperação ambiental dos seus inúmeros rios e mangues, conhecidos e comprovados berçários marinhos. Só estes pequenos detalhes seriam muito mais do que suficientes, para que todas as atenções, verbas e,propostas preservacionistas se voltassem imediatamente aos nossos mananciais e seus respectivos cursos, rumo ao mar. A latente ocupação dos mananciais (todos dentro do Parque) segue célere, tomando e derrubando as matas ciliares, contribuindo com seus dejetos, lixo e esgotos sanitários (“in natura”) para a degradação total destes ambientes. O que justifica ignorar ou preterir esta ordem de importância? Falta de coragem para o trabalho duro e desgastante ou o total desconhecimento de causa e efeito? Mesmo com o sucesso da reprodução marinha (feita em laboratórios) com alguns espécimes, pode-se afirmar que a ciência e, a pesquisa, ainda engatinham nesta área. Porém, é possível afirmar, com convicção, que é no mínimo “infantil” pretender repovoar ou recuperar ambientes e áreas marinhas desertificadas, com o simples “congelamento” de um mosaico de ilhas. Quiçá, “recuperar” ambientes recifais onde eles simplesmente nunca existiram! Quem não quer recuperar e proteger os ambientes marinhos? Os pescadores profissionais? Os pescadores artesanais? Os mergulhadores? Os amantes da vela? Os turistas? Os banhistas?
Pela forma da proposta da criação das APAs, vou me permitir dar uma boa “dica” à Secretaria para assuntos do mar: antes de acreditar em conversa fiada de qualquer “visionário” ou de propor ações tresloucadas, venham conhecer (in loco) todos os atores e o próprio meio ambiente no qual tenham a pretensão de atuar. Para agir: avaliem seus recursos materiais e financeiros. Planejem. Pesquisem. Levantem dados. Avaliem. Utilizem todos os conhecimentos científicos de todos os doutores do Instituto Oceanográfico e do Instituto de Pesca. Apresentem os resultados e proponham soluções exeqüíveis aos envolvidos. Posso garantir com absoluta certeza, que com esta forma democrática e inteligente de agir conseguirão adesão total. Que tal? Não é muito melhor, do que ameaçar e coagir pescadores com esta fantasia (barata) de lobos do mar?

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