Brasil

Um ministro performático

Eugênio Bucci
Mais que um novo personagem, o que invadiu a Esplanada dos Ministérios esta semana foi um estilo desconcertante - e de alto impacto. Comecemos recapitulando os atos recentes.

Já na semana passada, no dia 14, quando seria confirmado como o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc estava em Paris. De lá deu uma entrevista ao Jornal da Globo. Para demonstrar como era ingrata a pasta que lhe confiavam, trouxe à baila o nome de Blairo Maggi, que, além de plantar soja e governar o Mato Grosso, apóia o governo Lula: “Você pega o governador do Mato Grosso, ele próprio o maior produtor de soja do mundo, com a polícia na mão dele, e se deixar ele planta soja até nos Andes, então não é mole.”
A declaração não chegou a ser um desastre ambiental, mas abalou o equilíbrio ecológico da coalizão governista. O mal-estar prosseguiu quando Maggi, em nota, assegurou não possuir nem terras nos Andes nem o posto de maior produtor do planeta. Desde então, as declarações de Carlos Minc não saem das manchetes.
Na segunda-feira, dia 19, ele desembarcou espetacularmente em Brasília: “Tremei, poluidores, tremei!” Quem tremeu foram as redações. A frase repercutiu em toda a imprensa e, ainda ontem, virou título de editorial no Estado. Na mesma segunda, ao se despedir dos repórteres, lançou outra palavra de ordem: “Saudações ecológicas e libertárias!” Performático, sem dúvida. Ele mesmo cuidou de avisar: “Vou ser performático na defesa do meio ambiente. Não vou virar vidraça e nem me enforcar na gravata.”
Mas o que será que significa isso, um ministro performático?
Leia mais

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu