O preço de um ideal

A Ética e as Mamatas Brasileiras

O valor das indenizações aos anistiados políticos volta a provocar polêmica

“...A legislação em vigor lhes garante compensações pelos inegáveis danos que sofreram durante os anos da ditadura militar. Mas nenhum deles quis buscar as indenizações tão generosamente distribuídas pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Isso porque, acreditam, o que está em jogo não é uma questão meramente legal, mas ética. Bem diferente do que pensam outros brasileiros que foram (e alguns que dizem ter sido) perseguidos e prejudicados pelos militares e vêm embolsando quantias milionárias. "O direito à indenização deveria se restringir aos casos de comprovado e irreparável prejuízo", diz o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), que foi preso e exilado mas não pediu um centavo por isso...”

Veja 16 de abril de 2008

Peter Lessmann

Meus generosos colegas, não custa relembrar: nós da antiga APVAR, sustentamos durante 10 (DEZ!!) anos, a partir de 1988, com dinheiro retirado do nosso orçamento familiar, vários colegas que posteriormente adquiriram exatamente esse tipo de pensões VITALÍCIAS E RETROATIVAS à mesma data de fevereiro 1988, como “anistiados políticos” por terem realizado 3 (sim,três) dias de greve e demitidos, sem qualquer prejuízo na sua capacidade de trabalho em outra empresa, ou terem sofrido prisão, tortura ou exilamento do país, e ainda por cima foram todos sustentado pelos colegas.
Já um Brasileiro exemplar como César Benjamin, que junto com o Gabeira é um dos Brasileiros decentes mencionado nessa mesma reportagem de Veja, e que até teria direito à “mamata” por ter sido preso pela ditadura por 4 anos, dos quais 3 em solitária, declara, na mesma reportagem: "Não acho certo o estado me sustentar. Tenho capacidade de trabalho. Ter explicado isso aos meus três filhos e vê-los apoiar minha decisão valeu mais do que qualquer milhão.
Já os nossos colegas da Greve dos Três Dias 1988, depois de viverem por 10 anos por nossa conta, chutaram ideais, ética e princípios para o alto e foram correndo buscar a sua “mamata” vitalícia sugada diretamente do já comprometido Orçamento da União, um dinheiro que faz falta a muitos Brasileiros miseráveis. E como se isso não bastasse como um péssimo exemplo de conduta pessoal, nunca soube deles terem devolvido um tostão sequer dos retroativos recebidos dos cofres da “viúva” para APVAR, ou seja, ainda por cima receberam dobrado! Com a honrosa exceção do Cmte. Lavoratto, que enviou R$ 42.000,00 dos seus retroativos para a APVAR, nenhum deles sequer se coçou, nem mesmo quando anos depois dezenas de outros colegas foram demitidos na tal “Ação Industrial”, e a APVAR derretia as suas reservas e as nossas para sustentá-los...
O grande Millôr opina assim sobre as pensões do governo: "Eu pensava que eles estavam defendendo uma ideologia, mas estavam é fazendo um investimento".
Só me resta pedir aos nossos colegas “investidores”: Pensem nos aposentados do AERUS passando REAL necessidade, ou a nossa APVAR totalmente exaurida, para não dizer quebrada, já que não houve escrúpulos para aceitar a mamata, então porque não retornar, nem que seja um pouco, do tanto que vocês receberam de nós e receberão vitalíciamente do governo, para quem hoje realmente precisa, assim como vocês um dia precisaram e foram atendidos por muitos desses que hoje passam necessidade?

Abraços a todos!

Cmte. Peter Lessmann / Etihad Airways / Abu Dhabi
peterbrazil@netzero.net
Moon Tower, Apt 704 - (Khalidia behind KFC) - Abu Dhabi - UAE
P.O.Box 94241

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