Reflexões ubatubanas
Chafarizes
Hoje passei ao lado da praça 13 de Maio. O chafariz ligado lançava jatos verticais, que o vento capturava sutilmente e despejava em minúsculas gotículas nas cabeças dos taxistas da rua Conceição. Lembrei-me do chafariz do filme “Mon Oncle”, de Jacques Tati, ligado na chegada das visitas e desligado quando iam embora. Também me lembrei da cascata da Casa da Dinda, chiquérrima. Mas o chafariz que não me sai da cabeça e do qual tenho fantásticas imagens arquivadas, não existe mais. Ficava no largo São José do Belém, em São Paulo, em frente à igreja de São José. Quando a noite caía, o chafariz brilhava multicolorido, fazendo aquele barulho agradável da água caindo sobre água. A água caía colorida, azul, vermelha, verde, amarela. Primeiro subia alto em um círculo de jatos contínuos, que após descrever parábolas quase verticais, desciam em leque para encontrar o lago das carpas douradas e plantas aquáticas. As cores da água me intrigavam, quando eu chegava perto a cor desaparecia. Cheguei a levar um copo para encher de água colorida, mas quando o enchi, a cor se foi. Nunca entendi como isso podia acontecer, isto é, hoje eu sei, era pura magia. A água era colorida no alto, mas desbotava ao cair enquanto me enchia a alma de satisfação. Minha coleção de Estampas Eucalol mostrava as sete maravilhas do mundo, os Jardins Suspensos da Babilônia, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, as Pirâmides de Gizé entre outras obras imponentes. Eu tinha como certo que a coleção pecava por falta, pois não citava o chafariz do Largo São José do Belém, oitava maravilha do mundo. Naquela época eu tinha seis anos e o mundo era mágico, o que começo a perceber novamente ao tangenciar os sessenta. Só magia para explicar a flor que vi hoje enquanto caminhava com o meu inseparável amigo Brasil? Quem teria desenhado tal preciosidade? Algum elfo? Há elfos na Mata Atlântica? Ou vivem todos em Stonehenge? (Sidney Borges)
Hoje passei ao lado da praça 13 de Maio. O chafariz ligado lançava jatos verticais, que o vento capturava sutilmente e despejava em minúsculas gotículas nas cabeças dos taxistas da rua Conceição. Lembrei-me do chafariz do filme “Mon Oncle”, de Jacques Tati, ligado na chegada das visitas e desligado quando iam embora. Também me lembrei da cascata da Casa da Dinda, chiquérrima. Mas o chafariz que não me sai da cabeça e do qual tenho fantásticas imagens arquivadas, não existe mais. Ficava no largo São José do Belém, em São Paulo, em frente à igreja de São José. Quando a noite caía, o chafariz brilhava multicolorido, fazendo aquele barulho agradável da água caindo sobre água. A água caía colorida, azul, vermelha, verde, amarela. Primeiro subia alto em um círculo de jatos contínuos, que após descrever parábolas quase verticais, desciam em leque para encontrar o lago das carpas douradas e plantas aquáticas. As cores da água me intrigavam, quando eu chegava perto a cor desaparecia. Cheguei a levar um copo para encher de água colorida, mas quando o enchi, a cor se foi. Nunca entendi como isso podia acontecer, isto é, hoje eu sei, era pura magia. A água era colorida no alto, mas desbotava ao cair enquanto me enchia a alma de satisfação. Minha coleção de Estampas Eucalol mostrava as sete maravilhas do mundo, os Jardins Suspensos da Babilônia, o Colosso de Rodes, o Farol de Alexandria, as Pirâmides de Gizé entre outras obras imponentes. Eu tinha como certo que a coleção pecava por falta, pois não citava o chafariz do Largo São José do Belém, oitava maravilha do mundo. Naquela época eu tinha seis anos e o mundo era mágico, o que começo a perceber novamente ao tangenciar os sessenta. Só magia para explicar a flor que vi hoje enquanto caminhava com o meu inseparável amigo Brasil? Quem teria desenhado tal preciosidade? Algum elfo? Há elfos na Mata Atlântica? Ou vivem todos em Stonehenge? (Sidney Borges)
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