Boeing da Gol

Não foi bem assim...

Se existe alguém que conhece prevenção de acidentes aéreos é o coronel Gustavo Franco Ferreira. Há dias eu vinha pensando em telefonar a ele a fim de perguntar sobre alguns detalhes do acidente da Gol. Após ter lido e relido o que saiu na imprensa e perguntado sobre aspectos técnicos a pilotos de linha aérea, eu não me dei por satisfeito com as explicações das autoridades. Algo não estava batendo. Hoje eu tenho absoluta certeza disso, principalmente depois de ter casualmente encontrado o Coronel e de termos conversado. Falamos pouco, cinco minutos se tanto. Foi o suficiente. A revista Veja, coincidentemente, traz hoje uma ótima matéria sobre o acidente. Nela fica evidente que os pilotos americanos não teriam expressado a verdade em seus depoimentos. O que é mais espantoso é que tudo o que foi dito pelos americanos e todas as ações que praticaram durante o vôo, estavam à disposição das autoridades desde o instante em que o Legacy pousou, minutos após a colisão fatídica. A conclusão que pode ser tirada, a mais importante é que os sistemas que impedem colisões terão de ser modificados, pois só funcionam se todos respeitarem as regras, o que é improvável acontecer. O sistema anticolisão (TCAS) usa o sinal do transponder do outro avião para detectar uma iminente colisão. Caso o transponder esteja desligado o aparato não tem serventia. O Boeing da Gol não desviou porque o Legacy estava voando com o transponder desligado. Especulações sobre se o desligamento foi proposital, acidental ou sobrenatural podem ser feitas, mas a verdade é que o equipamento estava desligado. A engenharia aeronáutica avança conforme os litros de sangue derramados. Será que não passou pelas cabeças de tanta gente que desenvolve tais aparelhos, que traficantes, contrabandistas, lavadores de dinheiro e demais voadores ilegais nem sempre usam o transponder. O sistema deveria ser outro, ligou o avião e pronto, um sinal está sendo emitido. Hoje a coisa é tão confusa que em certos aeroportos o controle pede aos pilotos que desliguem o transponder após o pouso para que o sinal não interfira no radar de solo. Las Vegas, por exemplo, é assim. Quanto à verdade, as autoridades que parecem ter prazer em guardar segredos de polichinelo, sabiam o tempo todo. Os pilotos americanos vão ter muito o que explicar. Por exemplo: por que o transponder estava desligado? (Sidney Borges)

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