Opinião

Exportando empregos

Preste atenção na nova modalidade de importação que, em breve, vai estar desembarcando em terras tupiniquins. A história é a seguinte: está em curso uma negociação para instalação de uma siderúrgica em Itaguaí, no Rio de Janeiro, que deverá ter como um dos sócios, com 50% do investimento, os chineses do Baosteel Group.Agora a inovação: ao que parece vão ser importados cinco mil chineses para trabalhar no empreendimento por exigência do Baosteel Group. Achou absurdo? Tem mais! Se os empresários obtiverem a permissão do governo federal, os bonequinhos de Mao Tse-tung, podem não ter direitos trabalhistas, o que explicaria a manobra, já que a tentativa é ter esses trabalhadores sob a legislação trabalhista da China, o que fere diretamente o princípio da territorialidade. A idéia nesse caso é ter baixo custo a qualquer preço.Quase nada tem sido publicado sobre essa perversa intenção, mas ante a tragédia da Volkswagem do Brasil, que, só em São Bernardo do Campo, demitiu 1,8 mil empregados e que tem no horizonte a previsão de colocar na rua mais 1,8 mil em pouco tempo, faz-se necessário elevar a voz e denunciar o que pretendem os fiéis seguidores do sapo de barba.Os analistas econômicos afirmam que as indústrias de automóveis do Brasil cresceram nos últimos anos devido às exportações e não em função do mercado interno. Acontece que hoje o dólar está, artificialmente, baixo demais e isso tira a competitividade do produto fabricado por aqui.Aí, - olha eles de novo - a China entra em campo: não somente com seus carros, mas com carros fabricados lá por grandes montadoras mundiais, que se aproveitam da mão-de-obra subempregada do país asiático para aumentar suas margens de lucro. Além disso, eles têm um câmbio também artificial, no caso para baixo, e isso dá às empresas chinesas, e às que lá se instalam, um ganho fenomenal em detrimento dos direitos trabalhistas.Provavelmente, nos próximos anos, a Volkswagem fará a transferência de suas fábricas do Brasil para a China. No fundo, o Brasil está sofrendo um processo retroativo. Estamos voltando no tempo e, com a manutenção dessa política externa, em breve estaremos somente exportando commodities. Dessa vez ao invés de sermos uma colônia dos EUA, como no passado recente, passaremos a ser um mercado colônia dos chineses, que levarão nossa matéria prima e nos devolverão produtos com valor agregado. Simplesmente trocamos de colonizadores.E o ministrão Luiz Marinho continua sem saber de onde o IBGE tirou os números do desemprego no Brasil... Aliás, nessa quinta-feira, 31/08, o vereador Édson Santos (PT-RJ) colocará em votação, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a concessão do Título de Cidadão Honorário para o ex-líder sindical e hoje Ministro do Desemprego, Luiz Marinho. Só dou um aviso, vou pedir votação nominal. Quero ver, ali, na hora da votação nominal, quem vai ser favorável ao afago petista ao mais eficaz representante da política exterminadora de empregos da história desse país.

Cristiane Brasil
Vereadora PTB-RJ
www.cristianebrasil.com

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