O Presidente dá entrevista...

O Lula de sempre...

Lula faz bem em evitar conceder entrevistas onde possa, de fato, ser apertado. Ele não tem paciência para lidar com perguntas incômodas. E não parece preparado para responder parte delas.
Há pouco, no Jornal da Globo, ele se enrolou todo quando perguntando sobre o modesto crescimento do Brasil se comparado com outros países. Começou a responder assim:

- Temos que comparar o nosso país com o nosso país e não com outros países...

E saiu a citar índices que registram o crescimento brasileiro.
Diante da pergunta:
- Como o senhor preparou o país para crescer mais se apenas 2% do próximo Orçamento da União estão reservados para investimentos?

Lula respondeu:

- Em momento algum da nossa História o país esteve tão preparado para crescer.

E enrolou, enrolou, gastou o tempo...
Saiu-se bem quando perguntado sobre o Bolsa-Família que "dá o peixe, mas não ensina a pessoa a pescar". Aí ele deitou e rolou. Disse coisas do gênero:

- Antes de pescar, o pescador gosta de comer um peixinho.
- A fome não pode esperar.
- Eu sei o que é a fome.

Novamente se enrolou quando perguntado sobre companhias políticas que ele e o PT sempre evitaram - como os senadores Jáder Barbalho (PA) e Ney Suassuna (PB), e o ex-governador de Minas Newton Cardoso, todos do PMDB.

- É preciso separar aliados de representantes indicados pelos partidos para meu conselho de campanha. Eu não indico nem veto. E não julgo.

Bem, no passado julgava e condenava. Deve ser a tal da "política real" mencionada por ele na última segunda-feira em São Paulo durante reunião com artistas e intelectuais.
Driblou a pergunta, portanto. Como driblaria outras mais.
Forçado a falar sobre alianças políticas, observou:

- Aliança é como casamento. Você só casa com quem gosta de você...

Ora, você só casa com quem quer casar.
A propósito da demissão de 1.800 funcionários da Volks em São Bernardo do Campo, começou dizendo:

- Quando eu era líder sindical, já chorei por causa de demissões na porta da Volks e de outras montadoras...

- E o senhor chorou ontem com essa notícia? - quis saber um dos entrevistadores.
Lula não respondeu. Criticou levemente a Volks por não ter conversado com o governo antes de anunciar as demissões. E foi só.
Por fim, beneficiou-se do pouco tempo que restava ao programa quando respondeu à última pergunta - sobre por que o PT vai tão mal na disputa por governos estaduais.

- Para dizer que o PT vai mal é preciso dizer quem vai melhor.

Não havia mais tempo para que os entrevistadores dissessem quem vai melhor.

(Leia
aqui a degravação da entrevista)
(Fonte: Noblat)

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