Editorial

A vaca foi, agosto foi, nós iremos...

Agosto foi pro brejo. Setembro é um mês festivo, especialmente em Ubatuba onde são comemorados dois feriados. Um nacional, Independência do Brasil, no dia sete e outro local, Paz de Iperoig, no dia quatorze. Neste ano, ambos cairão em quintas-feiras, o que nos brindará com finais de semana prolongados. Eu deveria levar a vida de forma mais amena. É o que todos dizem. Minha mãe dizia. Outro dia meu amigo Pedro Paulo confirmou: - você leva tudo a sério. Parei para pensar. O tempo é curto, tenho muito trabalho a fazer. E tome semana ao meio. Terei a eternidade para descansar quando estiver morto. Por enquanto feriados me incomodam. Vou rezar um mantra diário: “deixa andar, deixa ficar, deixa andar, deixa ficar, existe John, existe João”. Quem sabe repetindo mil vezes de manhã entro no compasso nacional. Mudando de pato para ganso, Lula realmente é um enigma quando fala de improviso. Entrevistado no Jornal da Globo disse que “o pescador quer comer peixe antes de pescar”. Conversei com alguns pescadores e só um tinha comido peixe de manhã. Falei com mais de vinte. Lula errou, eles preferem pão com manteiga e café com leite. Talvez eu queime a língua, pois como é sabido “Nosso Guia” é um gênio que nasceu com a sabedoria universal. É bastante provável que ao se referir ao desejo do peixe anterior ele tenha buscado subsídios em Jung. Apesar da genialidade, foge da raia quando o assunto é o crescimento do Brasil. Avançamos a passos de tartaruga. Nas Américas só vencemos o Haiti. Desempenho pífio se levarmos em conta que a porfia se dá em época de vacas gordas, com o mundo se lambuzando na abundância. O que vai acontecer se a economia mundial der um soluço? Atolaremos no brejo, como o mês de agosto. Rima com desgosto. Apenas uma rima, jamais uma solução.

Sidney Borges

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