Stédile: "Crise de projeto"

"A crise venceu a esperança", diz Stédile, frustrado com Lula

Na Folha de São Paulo:
"João Pedro Stédile, o líder do MST, lamenta que ter se frustrado a esperança inicial de que 'o governo Lula superasse a crise brasileira', que ele considera 'muito grave'. 'É uma crise de projeto', diz. Sobre o governo Lula, emenda: 'É um governo ambíguo, porque tanto tem representantes do antiimperialismo e do antineoliberalismo como pró ambos'. Quem predomina, no entanto, é o segundo grupo, 'o pessoal da área econômica', como diz Stédile. O líder do MST já não aposta tanto em Lula. Prefere a mobilização popular: 'Dia mais, dia menos, a população brasileira vai se levantar. Nosso problema não é a eleição [de outubro], mas dar consciência para o povo', afirma. Não é a primeira vez em que Lula fica fora do mapa dos movimentos sociais que foram durante quase um quarto de século companheiros de rota do PT [Ele não participa da cúpula paralela à 4ª Cúpula União Européia-América Latina/Caribe, que reúne apenas os quatro sócios do Mercosul e o conglomerado europeu]. Já na Cúpula das Américas (Mar del Plata, em novembro), só Chávez foi convidado a falar, para o mesmo tipo de audiência. A novidade é que o boliviano Evo Morales entra na fotografia, esmaecendo mais a imagem do brasileiro. 'Evo Morales nacionalizou o gás, ao passo que Lula liberou os transgênicos', compara Alexandra Strickner, uma das organizadoras da cúpula alternativa, para justificar o convite a um e o desconhecimento do outro.Mas Lula não fica fora da foto sozinho. Tampouco os presidentes Tabaré Vázquez (Uruguai) e Néstor Kirchner (Argentina), outros dois integrantes da suposta onda de esquerda, não foram convidados à cúpula alternativa. Não convém, no entanto, confundir as coisas e achar que Chávez está disputando a liderança com Lula. Ninguém disputa, na América Latina, a liderança brasileira, seja qual for o presidente, porque o país tem população, território e economia superiores. O que Chávez disputa — e vence — é a liderança das vozes 'anti-imperialistas e anti-neoliberais', para usar a expressão de Stédile. Por enquanto, o bloco conta apenas com Bolívia e Venezuela, além do apoio de Cuba."

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