Copa do Mundo

Quem leva o caneco?

Sidney Borges
Tenho acompanhado o que vai pela imprensa sobre os favoritos. Tirando os lugares comuns, Itália, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Brasil e Espanha, concordo quando dizem que a Holanda vai ser um osso duro de roer. O Brasil poderá bater de frente com ela depois da primeira fase.

Temo mais os holandeses do que os argentinos, apesar de Messi ser hoje o melhor jogador do mundo. O que torna o Brasil competitivo é a defesa da Inter de Milão, barreira quase intransponível. Mas é voz corrente que faz falta o toque sutil, a jogada desconcertante. Kaká carrega nos ombros a responsabilidade de fazer a bola chegar aos pés de Robinho e Luis Fabiano. Mas Kaká é previsível e ainda não entrou na melhor forma. E não há ninguém para o lugar dele, Ganso ficou no Brasil.

Tem muita gente que torce o nariz para os atacantes de Dunga. Eu mesmo não escalaria Robinho, que considero apenas um bom jogador. Tomara que Kaká esteja inspirado e dê conta do recado lá na frente, atrás a coisa parece estar garantida. Não vai ser fácil marcar gols no Brasil.

E já que entramos no campo dos tomaras, tomara que não tenhamos desempenho semelhante ao da Copa de 1994, que ganhamos e festejamos pedindo desculpas pelo futebol apresentado.

Enfim, agora está todo mundo zerado, o que aconteceu nas eliminatórias é passado, página virada. Em 2002 suamos para ir e no final ganhamos, a Argentina chegou como favorita e decepcionou.

Em 1958 a coisa foi parecida, embarcamos para a Suécia graças a um gol solitário de Didi contra o Peru, no Maracanã. Na competição o time cresceu e foi campeão com sobra.

Curiosidade, naquela copa jogou um excepcional atacante francês, Just Fontaine, craque para ninguém botar defeito. Até hoje é o maior artilheiro em uma única copa, com 13 gols marcados. Apesar de ter um timão a França levou 7 gols do Brasil, embora o juiz não tenha dado dois. No início da competição Pelé, que tinha só 17 anos foi barrado por ser muito jovem e Garrincha por ser considerado extravagante, ou seja, matusquela, pois prendia o Dr. Carvalhaes nas sessões de acompanhamento psicológico. Assim que começava a sessão ele dizia:

- Teje preso doutor.

E, no final:

- Teje solto doutor.  

Quando entraram em campo, por pressão dos companheiros, o mundo ficou de queixo caído. Qual será a surpresa do Brasil nesta copa? Temos alguma carta na manga? Só o tempo dirá.

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu