Giacomo Balla


O Carro Passou (1913)

O Futurismo na Itália não foi breve, marcou época, teve grande impacto político nas ruas. Criou uma escola nas Artes Plásticas e mexeu com a vida diária no país. Mas passou... como passam todas as modas, quase sempre abrindo caminho para outros “ismos”.

Eis pequenos trechos de uma carta de Antonio Gramsci a Léon Trotski que lhe perguntava sobre o Futurismo:

“Eis aqui as respostas às perguntas que você me fez sobre o futurismo italiano: o movimento futurista, na Itália, perdeu completamente seus traços característicos depois da guerra. Marinetti dedica-se muito pouco ao movimento. Casou-se e prefere consagrar sua energia à esposa. Monarquistas, comunistas, republicanos e fascistas participam, atualmente, do movimento futurista. Eis um exemplo: Milão, onde, recentemente, se fundou um semanário político, "Il Principe", que formula, ou procura formular, as teorias desenvolvidas por Maquiavel para a Itália do século XV, a saber: "Só um monarca absoluto, um novo César Borgia, colocando-se à frente dos grupos rivais, pode encerrar a luta que divide os partidos locais e leva a nação ao caos".

(...) Os pintores compõem o grupo mais importante entre os futuristas. Há, em Roma, uma exposição permanente de pintura futurista, organizada por um certo Antonio Giulio Bragaglia, fotógrafo falido, produtor de cinema e empresário. O mais conhecido dos pintores futuristas é Giacomo Balla.

(...) Pode-se dizer que, depois da conclusão da paz (1918), o movimento futurista perdeu completamente seu caráter e dissolveu-se em diversas correntes, formadas no transcurso da guerra e em conseqüência dela. Os jovens intelectuais são quase todos reacionários. Os operários, que viram no futurismo elementos de luta contra a velha cultura acadêmica italiana, ossificada e estranha ao povo, hoje devem combater de armas na mão por sua liberdade e demonstram pouco interesse por velhas querelas”.

Assim falou Gramsci. Vide que segue, ficaram belas obras, esculturas e telas. Como a que mostramos hoje, “Velocidade Abstrata - O Carro Passou”. Essa tela fazia parte de um tríptico: a folha esquerda chamava-se “Linha de Força + Paisagem” e a central “Linhas de Força + Ruídos”. O tema do tríptico era a passagem numa estrada branca de formas azuis e verdes, evocando terra e céu ao fundo. As áreas em rosa representam a fumaça expelida pelo cano de descarga. (Do Blog do Noblat)


Óleo sobre tela, mede 55,2 X 74,0 cm
Acervo Tate Gallery, Londres


Fontes: www.tate.org.uk/

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