Economia

Crise no deserto

Sidney Borges
A empresa de investimentos estatal de Dubai, a Dubai World, pediu ontem, quinta-feira, aos credores, um prazo de seis meses para pagar dívidas de U$59 bilhões, relacionadas ao rápido desenvolvimento do emirado. A "quebra" estremeceu mercados em todo o mundo e há quem tema uma nova crise.

E eu que pensava que o dinheiro era proveniente do petróleo. Árabes gostam de exibir riquezas, andam joiados como diz o filósofo cearense Falcão. Quem viu o último GP de Fórmula 1 certamente ficou impressionado com a pujança dos executivos que transformaram o deserto em jardim. Fazer não foi difícil, pagar a conta são outros quinhentos.

Um sinal de estranheza me foi passado por um amigo que vive na região. Segundo ele, brasileiros que lá trabalham compraram apartamentos na planta, investindo economias de anos de trabalho. O incorporador era aparentemente confiável, ministro do governo e membro da mais alta dinastia do país.

Um belo dia as obras que mal tinham sido iniciadas pararam. O dono da bola embolsou a grana e deu uma banana aos compradores. Deve estar exibindo anéis de ouro e carros dourados em Monte Carlo. Para os lesados resta silenciar afim de manter os empregos. Não há onde nem com quem reclamar.

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