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Yankee Stadium pode receber "luta do século"

Greg Bishop (original aqui)
Três horas depois de Manny Pacquiao derrotar Miguel Cotto no sábado à noite, conseguindo o recorde de sete títulos em sete categorias de peso, ele subiu o palco do centro de eventos do hotel Mandalay Bay. Pacquiao ostentava uma bandagem em sua orelha direita, que havia sido drenada, um chapéu de feltro e o sorriso de um homem que havia acabado de ganhar pelo menos US$ 13 milhões (aproximadamente R$ 23 milhões) e seu sétimo título. Mas enquanto Pacquiao e sua banda começavam a tocar La Bamba", o mundo do boxe já se voltava para sua próxima luta potencial, contra Floyd Mayweather Jr., um sucesso de público garantido, caso ela aconteça.


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"Tenho arrepios só de pensar", disse Ross Greenburg, presidente da HBO Sports. "A realidade é que existe apenas uma luta a ser realizada. Esperamos tempo demais para chegar a uma dessa magnitude."

Com o invicto Mayweather e uma superestrela internacional como Pacquiao, além das mais altas apostas no boxe, Greenburg disse que a luta mereceria um "palco do nível de um Super Bowl". Isso traz uma opção tentadora, e já para o próximo mês de maio -- o Yankee Stadium.

Os Yankees estão interessados em receber uma luta de Pacquiao e Mayweather na próxima primavera americana, de acordo com uma pessoa do beisebol que falou sob condição de anonimato. Não houve nenhuma discussão formal, nem haverá antes dos lutadores chegarem a um acordo, mas funcionários do alto escalão dos Yankees manifestaram seu interesse a autoridades do boxe.

Os Yankees realizaram uma coletiva de imprensa para Pacquiao e Cotto neste outono americano, parte de um esforço para exibir a versatilidade do estádio. O Yankee Stadium tem três vezes a capacidade de pouco mais de 17 mil espectadores do MGM Grand Garden Arena, onde Pacquiao e Cotto lutaram.

Freddie Roach, treinador de Pacquiao, disse acreditar que Pacquiao e Mayweather lotariam o Yankee Stadium. "Essa é uma luta que o mundo quer ver", disse.

Ainda assim, os obstáculos persistem. Mayweather costumava lutar pela Top Rank Boxing, mas quando saiu disse que Bob Arum, presidente da empresa, enganava seus lutadores por dinheiro e oportunidades. Arum não escondeu sua antipatia por Mayweather no sábado, mas disse que sentimentos pessoais não atrapalhariam os negócios.

Considerado o melhor no boxe até se aposentar por mais de um ano, Mayweather ganhou um bom dinheiro após deixar a Top Rank, com lutas contra Oscar De La Hoya, Ricky Hatton e Juan Manuel Márquez. A luta com Marquez ultrapassou um milhão de assinaturas pay-per-view, segundo a HBO, dando força a alegações de Mayweather de que continua sendo a maior aposta.

Projeções iniciais para o embate Pacquiao-Cotto, que terminou com um nocaute técnico no 12º round, sugerem entre 1,3 milhão e 1,4 milhão de assinantes pay-per-view. Uma luta entre Pacquiao e Mayweather quase certamente ultrapassaria isso, ficando entre as lutas mais assistidas da história do boxe.

"Não importa contra quem Manny lute agora, ele vai atrair grande público", disse Bruce Trampler, mediador de lutas da Top Rank. "Essa é a diferença entre os dois. Floyd precisa de um Manny. Ele precisa de um De La Hoya, um Hatton. E isso não é faltar com respeito a Floyd. Mas um é uma atração e o outro é uma boa aposta".

Talvez. Mas otimistas do boxe esperam que a forma pela qual os lutadores venham a dividir o dinheiro importe menos do que seu interesse no bolo total, que pode muito bem ficar na casa das dezenas de milhões.

Arum disse que tem planos de iniciar na segunda-feira as discussões com Richard Schaefer, chefe-executivo da Golden Boy Promotion e produtor das três últimas lutas de Mayweather. Mas a solução parece óbvia desde o princípio, embora no boxe o óbvio nem sempre possa ser traduzido em um acordo.

"Há muita grana no bolo", disse Greenburg. "Há muita oportunidade aí. É só pegar esse maço enorme de dinheiro, todos aqueles milhões, e dividir no meio."

Greenburg considerou ótima a possibilidade de um encontro entre Pacquiao e Mayweather. Ele comparou o nível de interesse em tal luta a outras ocorridas na década de 1980 com Sugar Ray Leonard, Tommy Hearns e Marvin Hagler.

Ainda assim, tanto Pacquiao quanto Mayweather, ou mesmo ambos, podem marcar outra luta antes de se enfrentarem. Greenburg chamou de ridícula essa possibilidade e disse que passa mal só de pensar nisso. Mas foi apenas no mês passado que Roach afirmou querer lutar contra Márquez, que teve uma derrota controversa contra Pacquiao.

Como observado com Cotto, Pacquiao continua melhorando e ganhando de forma dramática e punitiva. Roach transformou Pacquiao em um exterminador. No sábado, Pacquiao negou-se a fazer uma comparação com outros grandes boxeadores, mas Roach não hesitou, chamando Pacquiao de "o maior lutador desta era, com certeza, 100%".

Sendo assim, enquanto Pacquiao e Mayweather não se enfrentarem, seus legados não estarão completos, disse Greenburg.


"O lugar de Pacquiao na história cresce diariamente", afirmou. "Mas ele só pode completar isso dando o próximo passo. E é um passo óbvio. Até derrotar Floyd Mayweather, seu legado não estará consolidado. E o mesmo vale para Floyd, em relação a Pacquiao." (Amy Traduções / The New York Times)

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