Diplomacia


Mahmoud Ahmadinejad, presidente reeleito do Irã

Semeando tempestades

Sidney Borges
Chega hoje ao Brasil, acompanhado de uma comitiva de 280 pessoas, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. O ilustre hóspede do governo brasileiro nega o Holocausto que assassinou mais de seis milhões de judeus e tem o hábito de ameaçar uma guerra para "extinguir" o Estado de Israel.

Como os leitores podem notar pelas declarações, o forte de Ahmadinejad não é o conhecimento de História. Ele também subestima o poder de Israel.

Ameaçar é fácil, cumprir são outros quinhentos. No final de 1942 Hitler chegou a dar uma grande festa comemorando a tomada de Stalingrado. De fato, 90% da cidade estava em mãos dos alemães, mas havia resistência por parte dos soviéticos que manobravam para cercar a cidade. Em fevereiro de 1943 o comandante alemão, marechal-de-campo Friedrich Paulus, capitulou. Com ele foi pro brejo o mito da invencibilidade alemã.

Israel tem um vasto arsenal nuclear e uma força aérea eficiente. O ataque ao reator iraquiano de Osirak, em 1981, deveria acender a luz amarela de atenção naqueles que insistem em desafiar o Estado Hebreu.

Às 15h35 do domingo ensolarado de 7 de junho de 1981, oito caças F-16 decolaram da Base Aérea de Etzion, escoltados por 6 caças F-15. Voaram a 90 metros do chão entre desfiladeiros e montanhas e a 7 metros sobre o deserto, em território da Arábia Saudita e do Iraque. A distância entre o ponto de decolagem e o alvo superava 1000 km.

A 6 km da usina, em duplas, subiram a 2000 m, mergulhando em seguida para lançar as bombas. Como não haviam sido detectados enfrentaram apenas um esboço de reação. Das 16 bombas lançadas somente uma errou o alvo. Em dois minutos o reator nuclear de Osirak havia deixado de existir.

O governo americano do presidente Ronald Reagan, simpático a Israel, "condenou" o ataque; a França qualificou-o de "inaceitável"; a Grã-Bretanha o descreveu como "uma grave violação da lei internacional". Um editorial do The New York Times começava assim: "O ataque furtivo de Israel contra um reator nuclear de fabricação francesa perto de Bagdá foi um ato de agressão indesculpável e míope."

Como mudam as opiniões. Naquele momento os governos de Estados Unidos, França e Grã-Bretanha chocavam o ovo da serpente. Saddam Hussein era um aliado útil na guerra contra os aiatolás do Irã.

Não fosse a ação israelense em Osirak e as fantásticas armas de destruição em massa, que justificaram o ataque de Bush ao Iraque, seriam reais. Um conflito nuclear no Oriente Médio será desastroso para os países da região.

Conhecendo a forma de atuar dos falcões israelenses é possivel inferir que se o Estado de Israel correr risco de existência não restará pedra sobre pedra no Oriente Médio. Israel desaparecerá junto com seus inimigos. Não deixar nada em pé é uma velha tática dos discípulos de Abrahão.

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