Política

Clô, o indomável

Guilherme Fiuza (Clique aqui e leia o original)
Quando Clodovil foi eleito deputado federal com meio milhão de votos, os virtuosos de plantão reclamaram do eleitorado. São os democratas de grife.


Os “progressistas” acham que democracia boa é aquela que elege candidatos “bons” – e eles sabem quem são os bons. (Muitos são bons até se enroscarem num mensalão, mas isso já não ofende ninguém).

Clodovil morreu sem ser levado a sério como parlamentar. Pois deveria. Foi o único capaz de propor a redução do número de deputados. Apresentou uma emenda constitucional reduzindo à metade as cadeiras na Câmara. Só isso já valeu o mandato.

O costureiro que ficou famoso no “Quem quer ser um milionário” brasileiro, respondendo sobre Dona Beja, era um grosso. Mas também era um sincero. Lembrava um pouco o psicótico de “Foi apenas um sonho” e sua metralhadora de verdades.

De louco, Clodovil não tinha nada. Da sua metralhadora saiu muito veneno e muita estupidez. Mas muita verdade também.

Às vezes um coquetel dos três, como no embate com uma deputada do PT, por ele chamada de feia. Não cabem considerações estéticas sobre as nobres parlamentares, mas só Clodovil ousaria apontar um certo embrutecimento pela militância, um jeito feio de ser mulher.

Num Congresso Nacional comandado por Sarney e Michel Temer, parado no tempo com seu parasitismo blindado, o inconveniente costureiro – que os progressistas não nos ouçam – vai fazer falta.

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