Energia

Investimento em infraestrutura pode ajudar país a sair da crise

Fonte Nuclear
Descobrir soluções para sair da crise que afeta a economia brasileira e mundial não será tarefa fácil, mas uma coisa é certa: o investimento em infraestrutura é essencial para manter a atividade econômica do país e para que ele volte a crescer. Medidas monetaristas apenas não serão suficientes. Os projetos estruturantes são importantes para gerar empregos, movimentar a indústria e são fontes significativas de arrecadação de impostos. Neste contexto, a área energética assume papel fundamental, pois, para voltar a crescer, o país precisará de energia. Com o término de Angra 3 e a previsão do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) da construção de quatro a oito usinas nucleares adicionais, a energia nuclear se apresenta como uma alternativa econômica e segura para impulsionar a economia.

Falta pouco para retomar a construção de Angra 3. Nas últimas semanas, o Ibama concedeu a licença de instalação, que autoriza a preparação do canteiro de obras, e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a licença que autoriza a concretagem complementar da área destinada à construção dos prédios de segurança nuclear e a impermeabilização do terreno onde será instalada a usina. Com isso, falta apenas a prefeitura de Angra dos Reis conceder a licença de uso do solo.


Angra 3 é um exemplo de projeto estruturante, autossustentável, que gera empregos e contribuirá para o aumento da segurança energética do país. Além disso, a construção da usina pode ser iniciada com rapidez pelo governo. As licenças já foram concedidas e o cronograma está estabelecido. Agora, falta apenas o início das obras.


Para o presidente do Clube de Engenharia, Heloi Moreira, é preciso investir em infraestrutura para que o Brasil tenha condições de crescer novamente em taxas significativas. “São projetos que criam empregos diretos e indiretos. Mesmo em tempos de crise, são essenciais para manter a atividade econômica e, por isso, precisam ser prioridade. Além disso, permitem que o país se mantenha em dia com o desenvolvimento tecnológico”, ressalta.


Moreira acrescenta que Angra 3 é um projeto de suma importância para garantir a segurança energética do país. “O consumo de energia elétrica foi afetado pela crise, mas isso é temporário. Quando o crescimento acelerar novamente, Angra 3 será necessária para a matriz energética”, analisa.

Ele afirma também que a terceira usina nuclear brasileira será importante para estimular o mercado de trabalho do setor. Serão criados empregos de alto nível. “A capacitação na área nuclear tem que ser mantida, principalmente, ser quisermos pensar em investimentos futuros que serão necessários, como as usinas previstas no PNE 2030”, lembra o presidente do Clube de Engenharia.

Moreira ressalta ainda que a Eletronuclear planeja capacitar e utilizar a mão-de-obra local na construção de Angra 3, o que beneficiará Angra dos Reis e os municípios vizinhos. “Essa medida é extremamente benéfica, pois, além de gerar emprego naquela região, desestimula o afluxo de pessoas de outras regiões para lá”, diz.

Chance perdida em 2000

O vice-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Ronaldo Fabrício, também destaca a importância de Angra 3 para evitar problemas de abastecimento energético no futuro. “Temos que crescer de 4% a 5% ao ano. O crescimento do consumo no Brasil é menor do que em países como Argentina e Portugal. Temos que investir em todas as fontes energéticas disponíveis. Não é à toa que o PNE 2030 prevê a construção de quatro a oito usinas nucleares”, comenta.

Fabrício também ressalta que o investimento em infraestrutura é essencial para o país crescer e sair da crise. “A cada ano, 1,5 milhão de pessoas entra no mercado de trabalho. Além delas, ainda temos um passivo de desempregados. Temos que investir em projetos que criem empregos. Angra 3 se encaixa neste perfil. Vai criar empregos e ajudará o país a sair da crise ao movimentar a indústria e prover energia para o país crescer”, conclui.

Segundo o vice-presidente da Abdan, Angra 3 já poderia estar pronta. A usina poderia ter sido retomada em 2000, logo após o término de Angra 2. “Perdemos uma grande oportunidade. Tínhamos o consórcio que construiu Angra 2 formado e empresas com capacidade de fabricar equipamentos. Agora, a situação é um pouco mais complicada. Grande parte daquele pessoal que estava mobilizado na época já não está mais disponível. Empresas fecharam e profissionais se aposentaram. Vamos ter que treinar mais gente qualificada”, frisa.

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