Opinião

Uma lição para o governo

Editorial do Estadão
Enquanto o governo discute como recolher e como gastar a sonhada riqueza do pré-sal - ainda retida sob a forma de petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade -, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, tenta mostrar como o Brasil poderá ocupar uma posição destacada na economia global do século 21. Para alcançar o crescimento sustentável, o País precisará, segundo ele, ampliar as fontes nacionais de poupança e de financiamento indispensáveis à realização de investimentos volumosos e crescentes.
A base para esse novo salto foi criada com uma sucessão de conquistas difíceis, como a estabilização dos preços, a adoção da responsabilidade fiscal e a eliminação da dívida externa líquida. O movimento dependerá de novas decisões corretas - nem sempre politicamente fáceis. O professor Luciano Coutinho, eleito economista do ano pela Ordem dos Economistas do Brasil, discutiu esses desafios em seu discurso de agradecimento, em São Paulo.
O Brasil, segundo o economista, oferece uma variedade importante de oportunidades de investimento - na infra-estrutura, na área energética, no setor mineral e no agronegócio, para ficar só em exemplos mais evidentes. Para uma inserção segura no mercado internacional, será preciso explorar não só essas possibilidades. O Brasil tem condições de ser um grande fornecedor de produtos baseados em recursos naturais, mas é necessário, na avaliação de Coutinho, evitar uma excessiva especialização nessas áreas. Daí a necessidade, em sua opinião, de uma estratégia de desenvolvimento industrial com ênfase na inovação e na promoção da competitividade.
Mas não basta definir objetivos e ligar o piloto automático. Resta o problema de como financiar a expansão do investimento. Um objetivo razoável, segundo o presidente do BNDES, é investir, a partir de 2010, algo próximo de 22% do Produto Interno Bruto (PIB), 4 pontos porcentuais acima do nível de hoje.
Para elevar a proporção entre o investimento e o PIB, no entanto, será preciso diminuir a participação dos outros componentes da demanda agregada: o consumo das famílias, o consumo do governo e as exportações líquidas.
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