Pensata

Cuba é irrelevante

Sérgio Malbergier
A melhor notícia do afastamento de Fidel Castro, depois do fato em si, é o quão irrelevante Cuba se tornou para o resto do mundo. O ditador é um retrato gasto de um tempo que passou, um "último mito vivo", na definição do presidente-admirador Lula.
O destino de Cuba definirá somente o destino de Cuba. Ninguém mais é ou quer ser comunista, seja lá o que isso signifique. O farol cubano apagou por falta de combustível desde que o Muro de Berlim foi demolido e os soviéticos, à beira da extinção, cortaram sua bilionária ajuda anual à ilha. Moscou percebeu instantaneamente, no início dos anos 1990, que Cuba perdera importância no mundo pós-Guerra Fria, não valia mais um rublo.
Cuba tem apenas 110 mil quilômetros quadrados e 11 milhões de habitantes, uma São Paulo capital em população, mas que, com seu PIBinho de cerca de US$ 40 bilhões, produz menos da metade das riquezas geradas pelos paulistanos.
E hoje o que realmente importa no grande jogo das nações é o tamanho do mercado e sua capacidade de produção. Cuba consome pouco e produz níquel e açúcar, o que não é muito mas, para sua sorte, têm cotações elevadas porque o resto do mundo (capitalista) consome como nunca.
O maior produto de exportação cubano costumava ser seu território para uso dos militares e espiões da URSS e seu modelo de país, suas idéias "revolucionárias", seu Exército combativo, serviços pelos quais os dirigentes cubanos eram regiamente pagos pelos camaradas soviéticos.
Mas esse produto revolucionário não tem mais valor. Ninguém quer ditadura política, escassez de produtos, restrições ao ir e vir, limites à atividade econômica, partido único, apagões constantes. Não! Mesmo que o sistema de saúde e educação sejam piores em outros lugares, as pessoas preferem a liberdade, como provam artistas e esportistas cubanos que preferem ficar no Brasil a voltar ao socialismo castrista.

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