Pensata

Escárnio

Hélio Schwartsman

O caso Renan Calheiros dá um novo significado ao termo "avacalhação" - sim, o trocadilho é intencional. Os senadores que o absolveram hoje escarnecem da opinião pública que deveriam representar. Poucas vezes se viu um espetáculo tão deslavado de corporativismo, e diante de evidências tão sólidas de irregularidades que constituem, para além de qualquer dúvida, quebra de decoro parlamentar.
Em seus primórdios, o escândalo despontou discreto, "familiar". Tudo começou em maio, quando a revista "Veja" estampou reportagem afirmando que o senador teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. O dinheiro serviria para bancar pensão da filha que Renan teve com a jornalista Mônica Veloso - a mulher bonita da vez. Até aí, tudo normal, se procedêssemos a um escrutínio cuidadoso, muitos membros do Congresso teriam muitas explicações a dar. No mais, o país já se habituou a ver escândalos políticos revelarem beldades calipígias.
O que se seguiu à acusação inicial contra Renan é que redefine os padrões de corporativismo do Congresso e dá nova materialidade à noção de cara-de-pau.

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