Ubatuba em foco
Santa Casa: triste situação que se arrasta há anos
Ednelson Prado
Tenho acompanhado há algum tempo as discussões em torno da situação enfrentada pela Santa Casa. Na verdade, a situação enfrentada há anos. Entra provedoria, sai provedoria; entra administrador e sai administrador e a situação é cada vez mais aterrorizante. Hoje, se colhe os frutos da falta de visão administrativa de ações equivocadas, que se sucederam ao longo de anos.
Durante o período em que trabalhei a Rádio Costa Azul, à frente do programa Ponto de Encontro, por várias vezes discuti os problemas enfrentados pela casa d saúde. Houve momentos e grande tensão. Foram greves, cobranças indevidas, como, por exemplo, a de R$ 10,00 por consulta, para todos aqueles que se precisavam se utilizar dos serviços médicos da Santa Casa, e tantos outros momentos em que muito se discutiu, pouco se fez, e a população sempre sofreu.
O que vejo de toda esta história é que algo realmente precisa ser feito. O morador de Ubatuba, e o turista que a visita, não podem continuar sendo mal atendidos, ficar inseguros, sem saberem se conseguirão, ou não, de um tratamento digno e correto.
Porém, me preocupa como as coisas têm sido conduzidas. O problema existe, a população sofre, mas a questão não pode ser utilizada politicamente, pelo fato de estarmos nos aproximando das disputas eleitorais do ano que vem.
É necessário que se encontre uma solução para a situação da Santa Casa, mas ela deve ocorrer acompanhada de trabalho, e muito trabalho, não apenas discurso político e ações politiqueiras.
A nova direção da entidade fala em corte de gastos e busca de apoio junto à iniciativa privada. É um bom caminho, mas devemos sempre de nos lembrar que o corte de custos não deve resultar em uma penalização ainda maior para a população. Quanto à iniciativa privada, é uma alternativa interessante, porque Ubatuba é uma cidade turística, e problemas no único hospital da cidade só depõem contra o município, mancha a sua imagem e resulta em queda na economia local. Portanto, cabe a todos uma parcela de responsabilidade para resolver a questão. Claro que a maior fatia desta responsabilidade cabe ao poder público e, neste caso, não apenas ao Executivo, mas também ao Legislativo.
Sim, ao legislativo, porque vale lembrar que boa parte dos atuais vereadores está em um segundo, e até, terceiro mandatos, portanto acompanha o caos que se instalou na Santa Casa há anos e já deve há muito tempo uma atitude resolutiva. Mas reafirmo, resolutiva e não política, ou politiqueira.
Sempre fui a favor de que os vereadores cumprissem com seu papel de fiscalizadores. Afinal, é para isso que são eleitos, para elaborar leis e fiscalizar o cumprimento delas. Não para dar cesta básica, pagar contas, comprar remédios, pedir luminárias e dar nome a ruas. No entanto, mais uma vez lembro que o assunto é de interesse público, e como tal deve ser tratado, e não de forma política.
O consenso é da investigação, então que se investigue, que se abra a caixa preta da instituição, mas não aquela de apenas dois anos e meio, mas a dos últimos dez anos, pelo menos. Pois o que vivemos hoje é, com certeza, reflexo de sucessivos desmandos anteriores.
Ednelson Prado é jornalista
ednelson.prado@gmail.com
Ednelson Prado
Tenho acompanhado há algum tempo as discussões em torno da situação enfrentada pela Santa Casa. Na verdade, a situação enfrentada há anos. Entra provedoria, sai provedoria; entra administrador e sai administrador e a situação é cada vez mais aterrorizante. Hoje, se colhe os frutos da falta de visão administrativa de ações equivocadas, que se sucederam ao longo de anos.
Durante o período em que trabalhei a Rádio Costa Azul, à frente do programa Ponto de Encontro, por várias vezes discuti os problemas enfrentados pela casa d saúde. Houve momentos e grande tensão. Foram greves, cobranças indevidas, como, por exemplo, a de R$ 10,00 por consulta, para todos aqueles que se precisavam se utilizar dos serviços médicos da Santa Casa, e tantos outros momentos em que muito se discutiu, pouco se fez, e a população sempre sofreu.
O que vejo de toda esta história é que algo realmente precisa ser feito. O morador de Ubatuba, e o turista que a visita, não podem continuar sendo mal atendidos, ficar inseguros, sem saberem se conseguirão, ou não, de um tratamento digno e correto.
Porém, me preocupa como as coisas têm sido conduzidas. O problema existe, a população sofre, mas a questão não pode ser utilizada politicamente, pelo fato de estarmos nos aproximando das disputas eleitorais do ano que vem.
É necessário que se encontre uma solução para a situação da Santa Casa, mas ela deve ocorrer acompanhada de trabalho, e muito trabalho, não apenas discurso político e ações politiqueiras.
A nova direção da entidade fala em corte de gastos e busca de apoio junto à iniciativa privada. É um bom caminho, mas devemos sempre de nos lembrar que o corte de custos não deve resultar em uma penalização ainda maior para a população. Quanto à iniciativa privada, é uma alternativa interessante, porque Ubatuba é uma cidade turística, e problemas no único hospital da cidade só depõem contra o município, mancha a sua imagem e resulta em queda na economia local. Portanto, cabe a todos uma parcela de responsabilidade para resolver a questão. Claro que a maior fatia desta responsabilidade cabe ao poder público e, neste caso, não apenas ao Executivo, mas também ao Legislativo.
Sim, ao legislativo, porque vale lembrar que boa parte dos atuais vereadores está em um segundo, e até, terceiro mandatos, portanto acompanha o caos que se instalou na Santa Casa há anos e já deve há muito tempo uma atitude resolutiva. Mas reafirmo, resolutiva e não política, ou politiqueira.
Sempre fui a favor de que os vereadores cumprissem com seu papel de fiscalizadores. Afinal, é para isso que são eleitos, para elaborar leis e fiscalizar o cumprimento delas. Não para dar cesta básica, pagar contas, comprar remédios, pedir luminárias e dar nome a ruas. No entanto, mais uma vez lembro que o assunto é de interesse público, e como tal deve ser tratado, e não de forma política.
O consenso é da investigação, então que se investigue, que se abra a caixa preta da instituição, mas não aquela de apenas dois anos e meio, mas a dos últimos dez anos, pelo menos. Pois o que vivemos hoje é, com certeza, reflexo de sucessivos desmandos anteriores.
Ednelson Prado é jornalista
ednelson.prado@gmail.com
Comentários