Discussão com o prefeito de Ubatuba

Eu estou louca!

Para o prefeito Eduardo César, eu estou louca

Ele, o prefeito, sim, é quem ficou completamente transtornado quando eu indaguei sobre a CPI – aprovada por unanimidade na semana passada e que virou CEI, nesta semana.
Meu encontro com Eduardo César foi durante encontro do Ministro Altemir Gregolin, de Aqüicultura e Pesca, com os pescadores, no salão da Igreja São Francisco. Como sempre acompanhei a luta dos pescadores, participando inclusive de um manifesto deles, há meses atrás, não pude deixar de estar presente, no momento em que eles recebem vários benefícios do Governo Federal. Parabéns a todos os pescadores. A luta não foi em vão.
E foi assim. Quando o evento terminou, fui conversar com o prefeito. Ele, em tom grosseiro, perguntou o que eu queria. Eu perguntei: “por que o senhor é contra a CPI para apurar as possíveis irregularidades da Santa Casa?” Ele, muito nervoso e reparei que as mãos estavam trêmulas, respondeu bravo, com outra pergunta:
“Quem disse que sou contra a CPI? Passou, não passou?”
Calmamente e com muita educação, até para efeito de comparação com o nervosismo dele, eu repliquei: “Mas, prefeito, a comissão votada foi para uma CEI. Eu acho que não é a mesma coisa.” Aí, o prefeito, bem rispidamente me perguntou: “A senhora lê jornal?” “Claro que leio, respondi”. “Então”, disse ele, “a Comissão está feita”.
“Não, prefeito, foi tudo combinado, tudo armado, uma palhaçada”, eu disse.
“A senhora está louca. A senhora veio aqui para fazer barraco e eu estou trabalhando”, esbravejou Eduardo César.
Eu respondi: “Não, prefeito. Eu vim aqui só para fazer esta pergunta. Na gestão passada, quando o senhor era vereador, eu fiz muitas denúncias e assinei muitos pedidos de CPI para cassar o ex-prefeito e o senhor acatava, votava favoravelmente, mesmo que não passasse porque o ex-prefeito, como o senhor, também tinha maioria na Câmara. Hoje o senhor faz o mesmo, por que?” “O senhor bateu tanto no ex-prefeito e agora, está fazendo pior que ele. Está destruindo a Santa Casa, que depois da intervenção, está em estado de calamidade pública, um desrespeito com a vida, com pessoas morrendo, médicos tendo de fazer gambiarras para atender pacientes, famílias de pacientes recorrendo ao Ministério Público para poder transferir parentes, gestante perdendo o filho que acaba de nascer, pelas mãos de ortopedista por falta obstetra e pediatra e o senhor diz que EU sou louca?
“Quando o senhor era vereador eu não era louca, agora que o senhor é prefeito eu sou louca, por que? Porque a verdade dói? A consciência dói? A falta de vergonha dói?
Eu estou apenas defendendo o povo que, muitas vezes, não sabe, não conhece os seus direitos.


Maria Aparecida da Cunha
Dona Cida – líder comunitária

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