Crimes

Problema agudo

A Folha de São Paulo mostrou ontem a escola onde estudaram os bandidos que arrastaram o menino até a morte no Rio de Janeiro. É uma escola tradicional, com mais de mil alunos e um honroso histórico de formar cidadãos produtivos. Segundo os professores, dois dos criminosos, o mais velho e o mais novo, que são irmãos, abandonaram a escola cedo e tinham características parecidas: dificuldade de aprendizado, apatia, agressividade contra professores e colegas e desrespeito ao bem público, manifestado através de depredações e pixações. A não assimilação dos conteúdos escolares pode ser associada à futura falta de entendimento do processo social, o que nem sempre leva ao crime, mas pode ser uma das causas. Os mais dotados de inteligência, desde cedo percebem que não existe futuro para quem desafia o sistema. É morte certa, ou cadeia por longos anos, seguida de marginalidade perpétua. Em qualquer prisão do mundo a maioria dos detentos tem QI baixo e dificuldade para lidar com as relações que envolvem a vida em sociedade, não entendem o significado de direitos e deveres. O princípio de tudo são filhos gerados de forma irresponsável e criados sem carinho e sem atenção. Dificuldades de aprendizado associadas a comportamentos desafiadores, indicadores da necessidade de cuidados especiais, completam o binômio sinistro. A sociedade tem o hábito de passar a mão na cabeça dos faltosos até que cometam uma infração grave. Aí querem matá-los. Teria sido mais produtivo educá-los de forma conveniente. Em cada grupo de um milhão nasce uma mulher bonita como Gisele Bündchen e um maluco que entra no cinema lotado e dispara a metralhadora contra a platéia. Tome cuidado. Neste exato momento um predador bípede está escondido esperando roubar um carro e jogar o motorista em um poço abandonado, longe de tudo. Pode ser que passe algum andarilho e ouça os gritos. Pode ser que não. E se forem os seus gritos? (Sidney Borges)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu