Coluna do Celsinho

Doce mistério

Celso de Almeida Jr.
Estive com a Morte nesta semana.

Ela veio buscar a minha avó, de 90 anos.

Reclamei pela demora.

A Ivete carregava uma doença que praticamente a desligou do nosso mundo, por quase uma década.

Paciente, a Morte explicou-me que não competia a ela a data da partida.

Simplesmente, vinha buscar.

Curioso, quis saber a minha vez.

Dissimulada, tranquilizou-me somente sobre aquele dia.

Quanto ao amanhã...

Despediu-se com um até breve que me deixou intrigado.

Deve ser gozação.

Aliás, sempre me disseram para não brincar com a Morte.

Tudo bem, compreendo.

Mas que ela brinca com a gente, não há dúvida.

Pensando bem, ser prudente ajuda no prazo de validade.

Mas, francamente, é razoável abusar um pouquinho de vez em quando.

Já que o amanhã é uma incógnita, viver intensamente o presente deve ser a sugestão das entrelinhas.

Na dúvida, vou seguir a intuição...

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