Editorial
Mercado do Tato
Sidney Borges
Ontem saí com o meu amigo Celsinho para tomar café e planejar o curso de aviação. Estou escrevendo o programa de "Teoria de Vôo".
Falamos do site da Dominique, da competência do Caíque, menino talentoso e dos novos moradores de Ubatuba que estão chegando para trabalhar nos projetos da Petrobras em Caraguatatuba e preferem viver aqui.
Enfim, a conversa foi boa. Na volta pensei em passar no mercado do Tato. Meu estoque de coca zero está no fim. Por ter outros compromissos acabei não indo.
Assim que cheguei em casa fui interpelado por um vizinho:
- Você sabe o que aconteceu com o mercado do Tato?
Respondi que não.
- Está fechado.
Anotei na agenda: ligar para o Tato.
Telefonemas de São Paulo, visita de um amigo, passeio com o cachorro, acabei não ligando. A noite chegou amenizando o calor, insuportável, de fritar ovos em pedras. No Hemisfério Norte a temperatura desce como a popularidade do Arruda. Falam em 50 graus Celsius negativos em Nova Iorque. Mussum diria: cacildis...
Às 18h16 chegou o comunicado da Assessoria de Comunicação da Prefeitura. "O Mercado do Tato foi fechado pela Vigilância Sanitária". Bullshit, não saí para comprar o sorvete das quintas.
Pássaros ao rum, o preferido do Carlos Rizzo.
Publiquei a notícia, depois busquei o outro lado, liguei para o Tato e coloquei o Blog à disposição.
O ex-candidato a prefeito pelo PT, Maurício Moromizato, foi contra a publicação e pediu para que a notícia fosse tirada do ar.
Não vou tirar, prefiro receber opiniões e publicar. Quero fomentar o debate. A cidade tem de discutir seus problemas, não pode continuar varrendo a sujeira para baixo do tapete.
Uma ressalva, não quero ser processado, publicarei opiniões que não contenham risco.
Deixar o flanco exposto é fatal quando se entra em guerra. Von Paulus tomou Stalingrado. Zhukov cercou a cidade pelos flancos e quando Paulus acordou era tarde. Foi derrotado.
O caso Lunus expressa o mesmo raciocínio. Roseana Sarney liderava as pesquisas para a presidência da República em 2002. Foi feita uma denúncia, atribuída pelo PT ao tucano José Serra, sobre irregularidades na empresa Lunus, de propriedade de Roseana e de seu marido, Jorge Murad.
A Polícia Federal invadiu a empresa e encontrou um milhão e trezentos mil reais em dinheiro.
- De quem é esse dinheiro?
- Não sei, nunca vi, alguém colocou aí para me incriminar...
Como estamos no Brasil o caso será definitivamente solucionado em 2075, mas as pretensões políticas da então governadora do Maranhão foram para o brejo.
Um leitor me ligou hoje de manhã protestando contra a publicação e dizendo que se o mercado fosse de um amigo do prefeito não teria sido fechado.
Tive de dizer que sinto muito, mas a afirmação está no campo da conjetura. O fechamento tem características de ato político, mas teve fundamento.
Na ditadura nada podia ser publicado. Só as notícias plantadas pelos órgãos da repressão.
Costumavam sair na Folha da Tarde. Dou um exemplo: Bacurau escapou. Quem acompanhava os acontecimentos soube pela nota que Bacurau tinha sido executado.
Em Ubatuba não existe imprensa. Apesar das limitações do Blog estamos dispostos a informar.
A sociedade ubatubense não convive bem com informação, não gosta, não apóia, não dá valor.
Um dia isso vai mudar, a democracia demora para ser assimilada, em Ubatuba, terra de coronéis, vai demorar mais um pouco.
Sempre é bom lembrar que se a ditadura continuasse, Lula ainda seria torneiro-mecânico.
Twitter
Sidney Borges
Ontem saí com o meu amigo Celsinho para tomar café e planejar o curso de aviação. Estou escrevendo o programa de "Teoria de Vôo".
Falamos do site da Dominique, da competência do Caíque, menino talentoso e dos novos moradores de Ubatuba que estão chegando para trabalhar nos projetos da Petrobras em Caraguatatuba e preferem viver aqui.
Enfim, a conversa foi boa. Na volta pensei em passar no mercado do Tato. Meu estoque de coca zero está no fim. Por ter outros compromissos acabei não indo.
Assim que cheguei em casa fui interpelado por um vizinho:
- Você sabe o que aconteceu com o mercado do Tato?
Respondi que não.
- Está fechado.
Anotei na agenda: ligar para o Tato.
Telefonemas de São Paulo, visita de um amigo, passeio com o cachorro, acabei não ligando. A noite chegou amenizando o calor, insuportável, de fritar ovos em pedras. No Hemisfério Norte a temperatura desce como a popularidade do Arruda. Falam em 50 graus Celsius negativos em Nova Iorque. Mussum diria: cacildis...
Às 18h16 chegou o comunicado da Assessoria de Comunicação da Prefeitura. "O Mercado do Tato foi fechado pela Vigilância Sanitária". Bullshit, não saí para comprar o sorvete das quintas.
Pássaros ao rum, o preferido do Carlos Rizzo.
Publiquei a notícia, depois busquei o outro lado, liguei para o Tato e coloquei o Blog à disposição.
O ex-candidato a prefeito pelo PT, Maurício Moromizato, foi contra a publicação e pediu para que a notícia fosse tirada do ar.
Não vou tirar, prefiro receber opiniões e publicar. Quero fomentar o debate. A cidade tem de discutir seus problemas, não pode continuar varrendo a sujeira para baixo do tapete.
Uma ressalva, não quero ser processado, publicarei opiniões que não contenham risco.
Deixar o flanco exposto é fatal quando se entra em guerra. Von Paulus tomou Stalingrado. Zhukov cercou a cidade pelos flancos e quando Paulus acordou era tarde. Foi derrotado.
O caso Lunus expressa o mesmo raciocínio. Roseana Sarney liderava as pesquisas para a presidência da República em 2002. Foi feita uma denúncia, atribuída pelo PT ao tucano José Serra, sobre irregularidades na empresa Lunus, de propriedade de Roseana e de seu marido, Jorge Murad.
A Polícia Federal invadiu a empresa e encontrou um milhão e trezentos mil reais em dinheiro.
- De quem é esse dinheiro?
- Não sei, nunca vi, alguém colocou aí para me incriminar...
Como estamos no Brasil o caso será definitivamente solucionado em 2075, mas as pretensões políticas da então governadora do Maranhão foram para o brejo.
Um leitor me ligou hoje de manhã protestando contra a publicação e dizendo que se o mercado fosse de um amigo do prefeito não teria sido fechado.
Tive de dizer que sinto muito, mas a afirmação está no campo da conjetura. O fechamento tem características de ato político, mas teve fundamento.
Na ditadura nada podia ser publicado. Só as notícias plantadas pelos órgãos da repressão.
Costumavam sair na Folha da Tarde. Dou um exemplo: Bacurau escapou. Quem acompanhava os acontecimentos soube pela nota que Bacurau tinha sido executado.
Em Ubatuba não existe imprensa. Apesar das limitações do Blog estamos dispostos a informar.
A sociedade ubatubense não convive bem com informação, não gosta, não apóia, não dá valor.
Um dia isso vai mudar, a democracia demora para ser assimilada, em Ubatuba, terra de coronéis, vai demorar mais um pouco.
Sempre é bom lembrar que se a ditadura continuasse, Lula ainda seria torneiro-mecânico.
Comentários
Talvez o erro da suposta inexistente imprensa ubatubense seja pensar demais. O cérebro é fabricante de ilusões e, muitas vezes, remete-nos a um status que não temos. Consequentemente, toda opinião emitida nesse status ilusório está obviamente fora do contexto real. É uma equação matemática. Se pensar de menos causa alienação, pensar de mais pode criar na massa cefálica do pensador um personagem famoso: O Rei da cocada preta.
PS- Meu único desagrado com o site são os textos querendo idolatrar os aspectos bons do Governo Federal Tucano, como se isso pudesse ser sombra para a visível incompetência admnistrativa, inclusive, ainda presente na atual gestão Estadual com nossa região.