Coluna da Segunda-feira

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Promotor Público? Para quê?

Rui Grilo

Nos dias 11 e 12, em Brasilia, como coordenador do Comitê de Mobilização do Litoral Norte, participei do encontro de lideranças do Plano de Mobilização Social pela Educação organizado pelo Ministério de Educação e Cultura, que reuniu representantes de todas as regiões do Brasil.

Entre o encontro realizado em junho e este, houve um aumento não só quantitativo mas também qualitativo. Para orientar esse crescimento, foi convidada a pesquisadora Nísia Werneck , especialista em mobilização social, que tem acompanhado o trabalho em alguns lugares do Brasil, especialmente naqueles que apresentam IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mais baixo e que também apresentem resultados positivos na mobilização social para inverter esse quadro.

Em um município baiano, o comitê de mobilização social tem apresentado resultados bastante positivos, apesar de ser constituído por apenas três pessoas: um promotor público, um brigadiano (policial miliar) e uma jornalista.

Acionado pela escola e pelo conselho tutelar para ajudar na resolução dos problemas de disciplina com alguns alunos, essa pequena equipe se dispôs a visitar as escolas e a conversar com os alunos. A motivação que orientou o promotor público foi o fato de se identificar com essa clientela escolar pois ele próprio foi aluno de escola pública e de origem humilde. Aos poucos, ele foi ganhando a confiança dos alunos e se tornando um modelo, como uma pessoa que venceu na vida, pois apesar de sua origem e de ter estudado em escola pública como esses alunos, se tornou uma importante autoridade na cidade. Atualmente, ao final do seu expediente, sempre há um jovem a sua espera para um papo e um conselho como se fosse um irmão mais velho e um amigo.

Ao guarda, perguntado sobre qual estratégia ele utilizava para se comunicar com os alunos, relatou que conversava com eles da mesma maneira que conversava com seus filhos sobre a importância do conhecimento e do estudo para vencer na vida.

À jornalista cabia o papel de observar as ações da equipe e divulgar os trabalhos positivos que as escolas e as pessoas estavam desenvolvendo, estimulando-as positivamente no sentido de reconhecimento do trabalho que faziam.

A importância da participação do Promotor Público, dos Conselhos Tutelares e dos Conselhos Municipais de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente foram destacados em vários relatos, especialmente no de Lelia Andréa B. Santos, também da Bahia. No encontro de junho, em seu relato, mostrou que estava apenas começando e restrito a apenas um município. Neste encontro, mostrou que o trabalho já havia se expandido para várias cidades no entorno de Salvador, chegando até ao sul da Bahia. Para ela, uma grande parte do seu sucesso foi o apoio que ela recebeu, não só das igrejas mas dos Promotores Públicos e Conselhos ligados à proteção dos direitos da criança e do adolescente.

Esses relatos mostram a importância dos Promotores Públicos e dos Conselheiros responsáveis pela defesa dos direitos da criança e do adolescente quando eles compreendem e assumem os seus papéis na luta pela inclusão social e pela transformação da sociedade.
Rui Grilo

ragrilo@terra.com.br

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