Opinião

A piora do quadro mundial

Editorial do Estadão
A maior fábrica de automóveis do mundo, a General Motors, perdeu US$ 2,54 bilhões no terceiro trimestre e está quase sem dinheiro para continuar operando, segundo relatório divulgado ontem. Os números vieram bem piores do que o mercado previa, mas bem ajustados ao cenário geral da economia. Em outubro, o desemprego nos Estados Unidos chegou a 6,5% da força de trabalho, o nível mais alto em 14 anos, de acordo com informação oficial distribuída horas antes. Mais demissões vêm por aí. Na quinta-feira, a Ford havia revelado o plano de cortar 2.260 empregos. Do outro lado do Atlântico Norte a situação não é muito diferente. Também na sexta-feira o governo da Alemanha, a maior economia da Europa e a terceira do mundo, informou a produção industrial de setembro, 3,6% menor que a de agosto. Há apenas um mês, em 9 de outubro, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, havia declarado: "Estamos à beira de uma recessão global." Depois disso, o mundo parece haver dado um passo adiante. Foi o tempo necessário para o FMI rever - para baixo - suas estimativas econômicas para este ano e para 2009.

Raras vezes na história as condições da economia mundial devem ter-se deteriorado com tanta rapidez. Há um mês, o FMI calculava um crescimento de 1,5% para as economias avançadas neste ano, e de 1,1% no próximo. As estimativas foram reduzidas para 1,4% em 2008 e -0,3% em 2009. A economia americana deverá encolher 0,7% no próximo ano; a da zona do euro, 0,5%; e a japonesa, 0,2%. As economias emergentes e em desenvolvimento ainda poderão crescer em média 5,1% em 2009, mas esse número é 1 ponto menor que o divulgado no começo de outubro.

Os governos e bancos centrais do mundo rico trabalham para conter o declínio da economia. Nesta semana, o Banco da Inglaterra cortou 1,5 ponto porcentual da taxa básica de juros. O Banco Central Europeu podou mais 0,5 ponto, assim como o da Suíça, prolongando o movimento iniciado há um mês. Na Coréia do Sul, a nova redução de 0,25 ponto porcentual, anunciada nesta semana, foi a terceira em apenas quatro semanas.
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