Ubatubenses

Vivendo e convivendo

Ontem recebi a notícia da morte de um amigo. Morte estúpida, acidente automobilístico. De qualquer outra forma que tivesse acontecido ainda seria estúpida. A morte é uma estupidez. “Se foi pra desfazer, por que é que fez”, cantou Vinícius. Faz sentido. Por que é que fez? Fico filosofando sobre o aqui e agora e chego à conclusão que o Universo é uma geringonça estranha, um dia acordamos e aqui estamos, querendo amar, querendo saber, querendo ter e quando a coisa começa a engrenar somos obrigados a partir. Para onde? Ninguém sabe, se me fosse dado escolher eu iria para Plutão, lá os bancos não me encontrariam para vender seguros. A telefônica plutonense é seletiva, impede invasão de privacidade. Voltando ao tema ancestral, ainda que a morte seja a única certeza da vida não me acostumei à idéia e parodiando Woody Allen digo que quando chegar a minha hora espero não estar presente. Liguei para o Ezio Pastore, como eu amigo do morto, pedi detalhes. Ele estava passado, não sabia dos pormenores, trocamos idéias sobre os perigos do trânsito e combinamos esticar o papo no café do Bob. Qualquer dia isso vai acontecer, certo como a morte, que um dia baterá à porta do vizinho. Vizinho é pra essas coisas. À noite fui a uma reunião política no Ipiranguinha, adoro o Ipiranguinha, gosto de ver o povo nas ruas, todo dia parece dia de festa. Vou testar as pizzarias do Ipiranguinha, em matéria de pizza sou exigente e reacionário, só acredito em aliche e mussarela. (Sidney Borges)

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