Deu na Veja

À espera de uma data

De José Roberto Guzzo:
Houve um tempo em que os jornalistas não eram, como se diz hoje, fornecedores de conteúdo. Trabalhavam na imprensa, e não nos "meios de comunicação" ou na "mídia". Não saberiam dizer o que seria uma "convergência de meios" ou uma "plataforma multimídia", nem mesmo se topassem com uma delas no meio da rua. Não faziam "produtos", mas apenas jornais, revistas e programas de rádio ou de televisão. Os jornalistas dessa época fumavam nas redações, tomavam bebidas alcoólicas em vez de vinho e contavam piadas que hoje deixariam o Ministério Público em pé de guerra. Quando um jogador passava a bola a outro, no futebol, chamavam a isso de passe, e não de "assistência". Quando usavam a palavra "cego", por exemplo, não ocorreria a ninguém achar que estariam praticando algum insulto nem se recomendava que escrevessem "deficiente visual"; achava-se, simplesmente, que o seu propósito era descrever uma pessoa que não podia enxergar. Quando escreviam "noivos", referiam-se a um homem e uma mulher.

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