Despesas do Rei

Na Corte de Dom Lula 1º

Ruy Fabiano
Em sua excelente biografia sobre Dom Pedro II, José Murilo de Carvalho conta que, em 49 anos de reinado, o monarca recusou sucessivas tentativas da Câmara dos Deputados de aumentar-lhe os subsídios pessoais e a dotação de sua assessoria.
No início de seu reinado, as despesas com a manutenção de seu gabinete pessoal correspondiam a 3% das despesas de manutenção do governo; ao final, quase meio século depois, eram de 0,5%. Quando de sua primeira viagem à Europa, recusou dotação especial da Câmara para financiá-la, optando por um empréstimo pessoal, como qualquer cidadão. Pagou tudo do seu bolso.
Nada mais republicano, nada mais democrático.
Cento e dezenove anos depois, o que temos? O presidente da República duplicou, em quatro anos, suas despesas pessoais sigilosas. Recusa-se a abrir as contas de seu cartão corporativo pessoal, que aumentam ano a ano, sob o argumento de que o cargo impõe sigilo. Seu ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, diz que “quanto maior a transparência, menor a segurança”. Ou seja, viva o sigilo!
Nada mais monárquico, nada menos democrático.

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Comentários

Anônimo disse…
Al Capone não foi pego pelos seus crimes, mas pelo fisco. Assim, também, apesar de tudo levar a crer que haverá CPIZZA, o rabo do capeta sempre aparece. Veja a descoberta do Mainardi. Se o MPF agir...

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