Derrama

Taxas e impostos

Rico paga imposto, quem não paga é a nobreza, escreveu um jornalista francês antes que lhe cortassem a língua, cegassem os olhos, rompessem os tímpanos e atirassem ao mar com uma pedra presa aos pés. Eram tempos de Luís XIV que construiu o Palácio de Versalhes e deixou os cofres de França vazios. Alguém sugeriu taxar a nobreza. Que tem? Lôco? Perguntou o Rei Sol, emendando: - Não sou boliviano para atirar pedra em avião. Frase cheia de futurismo, a Bolívia ainda não tinha sido inventada e muito menos o avião, mas todos na corte fizeram cara de admiração. Puxar o saco do Rei é preciso, depois é relaxar e gozar, coisa que Marta Suplicy cogitou em patentear depois que inventou o orgasmo. Os burgueses ricos queriam exibir dentes cariados, perucas empoadas e ar enfastiado de tédio, tipicidades da nobreza, que vivia um dilema. Não é fácil não fazer nada e depois descansar, tendo palácios, amantes, dinheiro, carruagens, roupas rococós e tempo. Como não taxaram a nobreza, a burguesia financiou o pensamento subversivo e veio a revolução. Rolaram cabeças nobres. É sabido que não há vácuo na natureza, o lugar da nobreza decapitada foi ocupado pela burguesia, que passou a olhar para baixo e cuspir de lado ao sentir cheiro de povo. Povo, povo, povo, sempre quer ter algo novo. No Brasil a nobreza (que vive em Brasília) não paga impostos, aliás, recebe. Novos-ricos (que nojo) não pagam impostos. Burgueses decadentes da direita que faz acordos com o FMI não pagam impostos. Banqueiros, bem banqueiros amam Lula acima de todas as coisas e não pagam impostos, cobram taxas. O povo paga impostos, todos os impostos que há e os que serão criados. E aplaude, o povo gosta de impostos. Prepare-se povo, vem aí a CPMF, aquele imposto que Lula era contra e depois da metamorfose ficou a favor. Esse Lula é de morte... (Sidney Borges)

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