Análise

Agenda de governo é atropelada

Gaudêncio Torquato
A hipótese de um terceiro mandato para o presidente Lula, que começa a ganhar vulto na esfera política e bom espaço na mídia, expressa com muita propriedade o estado da arte da política no Brasil, onde acontece a sobreposição da agenda eleitoral à pauta governamental, bastando anotar que o governante nem concluiu o primeiro ano do segundo mandato. Sob esse pano de fundo da cultura política brasileira, emerge a indagação que já anima a interlocução em diferentes espaços sociais: é viável um terceiro mandato? A resposta é sim. Ocorre que nem sempre o que é viável é conveniente. Mudar a Constituição para permanecer 12 anos no centro do poder é até factível sob o prisma aritmético, mas os custos institucionais, de tão altos, deixariam o país longe dos horizontes democráticos mundiais.
Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político

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