Pensata

Bala perdida

Eliane Cantanhêde na Folha de S.Paulo
"O segundo turno tem três momentos: rearrumação das alianças, definição de discurso e estratégias e, finalmente, os programas de TV e rádio. Lula parece ter largado na frente, mas é bom ter cuidado com Alckmin: ele é desses que vai devagar e sempre.
O primeiro passo dos dois candidatos foi para o Rio, investindo na velha divisão do PMDB. Lula mais uma vez finge não ver o que não quer ver e se aliou a Sérgio Cabral, candidato ao governo em segundo turno. Alckmin contra-atacou com o casal Garotinho, mas perdendo Denise Frossard (PPS) e bicando César Maia (PFL).
A questão é a mesma que levou FHC a se aliar ao PFL e a partes do PMDB e empurrou Lula para o colo dos mensaleiros PP, PL e PTB e, agora, para o PMDB de Jader, Newtão, Quércia: número de votos nas eleições e no Congresso.
Os cartesianos acham que assim está de bom tamanho, mas há controvérsias, inclusive porque a eleição passa e a dificuldade de governar fica. Eleição é quantidade, mas política pode ser qualidade.
Garotinhos têm voto no Rio e simpatias de setores evangélicos no resto do país. Mas não têm algo que é muito forte em Frossard e que a levou a um inesperado segundo turno no Rio: a imagem. Juíza valente, ela botou os bicheiros cariocas na cadeia. Para quem, como Alckmin, centra a campanha em ética, bom-mocismo e companhias, há dúvidas se fez a coisa certa.
O segundo turno, assim, flagra Alckmin atraindo de volta ao ninho os filhos pródigos -aqueles do PFL e do PSDB que o deixavam às traças- e fazendo emergir os peemedebistas tucanos, que haviam deixado o barco com os peemedebistas lulistas no primeiro turno.
Tudo, agora, conta: ministros em campanha, governadores atuantes, debates, confronto. E o que o medo de perder eleição não faz? De volta, Lulinha paz e amor passou até a conversar com jornalistas."

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