Nosso homem em Brasília

A estréia de Clodovil na Câmara

Clodovil (PTC-SP) fez hoje seu debut no Congresso Nacional. Chegou no início da tarde e foi direto ao gabinete do presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Vestia a última moda em roupa masculina - um caban cáqui (espécie de casacão), gravata e lenços azuis, sapatos e meias marrons e uma pasta-carteiro a tira colo.
A notícia sobre a presença dele no prédio do Congresso correu rápida. Em poucos minutos, jornalistas, funcionários da Câmara, copeiros, faxineiras e turistas se aglomeraram para vê-lo.
Foram convocados agentes de segurança para prevenir um possível tumulto. Eles aconselharam Clodovil a ser discreto - imagina só...

- Deputado, saia pelo lado que tem muita gente aí! - aconselhou um deles.

Clodovil respondeu feliz:

- Tem muita gente aí? Graças a Deus.

Então deixou com leveza e pose o gabinete de Aldo pela porta principal. Sorridente, parou três vezes para dar entrevistas. Nas três, elogiou a beleza de jornalistas que lhe faziam perguntas.
Para Leandro Colon, ex-repórter deste blog, dirigiu um gracejo. Com a mão no cavanhaque de Leandro, disse simplesmente:

- Você parece o Che Guevara.

Para Felipe Recondo, repórter do blog, um galanteio:

- Como você é bonito?!

Recondo agradeceu enternecido.
Mas Clodovil não foi à Câmara apenas para desfilar. Foi conhecer seu novo local de trabalho:

- Eu vim aprender o caminho da escola. Eu queria saber que bolsa eu trago, se trago uma Louis Vuitton ou uma sacolinha da Casa da Banha porque eu não quero atrito com ninguém. É um mundo novo. Fui recepcionado pelo presidente e deixei-o com lágrimas nos olhos. Olhei para o Aldo como olhei para o médico que me operou do câncer.

Na primeira entrevista, corrigiu uma declaração atribuída a ele que havia repercutido mal entre seus futuros pares. Saiu publicado que ele dissera ser capaz de vender seu voto por US$ 30 milhões.

- Eu falei que todo homem tem um preço, mas que R$ 30 mil seria muito barato para vender um país. Com US$ 30 milhões de dólares você poderia ajudar alguém, mas mesmo assim não valeria a pena. Não sou analfabeto, nem idiota e nem bebo. Você acha que antes de entrar aqui eu ia falar uma barbaridade dessas?

Dizer uma coisa e depois desmenti-la faz parte da vida dos políticos em geral e de alguns em particular. É normal. Tanto quanto o assédio de lobistas que esperavam Clodovil no Salão Verde da Câmara.
Mas com Clodovil o que funciona é carinho, afeto.

- Eu sou feito cachorro: é só passar a mão que eu abano o rabo.

Pois Lula e Alckmin ainda têm tempo para afagar Clodovil de olho nos seus 493 mil votos. Ele não sabe quem apoiará.

- O voto é secreto. Eleição não é time de futebol. Eu vou trabalhar por Deus e em segundo lugar, por mim - desconversa..

Alckmin sai com leve vantagem. Clodovil gostou do desempenho dele no debate da Rede Bandeirantes:

- Temperaram um pouquinho o chuchuzinho. Ficou ótimo - decretou.

Fonte: Blog do Noblat

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