Editorial

O buraco é mais embaixo

Hoje eu vou gravar e editar o Ubatuba Víbora na TV. Só voltarei ao blog no período da tarde. Uma dica de leitura. Se você tem interesse em saber detalhes das relações entre o governo, a imprensa e os donos do capital, leia “Notícias do Planalto”, de Mario Sergio Conti. É obrigatório. Ontem recebi um e-mail falando dos perigos decorrentes de uma eventual vitória de Alckmin. Dentre as pérolas que continha alertava para uma possível guinada à direita. Se existe a possibilidade de isso acontecer é de se supor que estejamos à esquerda. Só em cabeças muito ingênuas poderia passar uma tolice desse calibre. O que está atravancando o desenvolvimento do país não é ideologia e sim inoperância. O autor do disparate não deve saber que o dinheiro do país está sendo utilizado quase que totalmente para pagar juros da dívida interna. Apenas os juros. A dívida, longe de ser amortizada, está aumentando. O xis da questão reside nas contas do governo que não fecham. Para empurrar o barco o dinheiro é captado no mercado financeiro em troca de títulos que são emitidos conforme a necessidade. Por exemplo, caso Lula queira um brinquedinho novo, um aerolula maior, é só comprar. O dinheiro estará disponível no Bradesco ou no Itaú em troca de títulos do governo, cujos juros começarão a vigorar imediatamente. Com isso não sobram recursos para a infra-estrutura e a dívida jamais será paga. Conclusão: portos ruins, estradas ruins, educação capenga e coisas do gênero. A produtividade da agricultura brasileira é altíssima, mas a vantagem obtida nos campos escoa pelo ralo da falta de transporte. É o chamado custo Brasil, Isto é, parte dele, ainda há a burocracia para dar a sua contribuição. O futuro governante do Brasil vai precisar fazer algo mais além de viajar e fazer propaganda de si próprio, como faz o atual presidente que se compara a Juscelino, Jesus e pensa que é Deus. Vai precisar usar os poderes que dispõe um presidente para convencer os donos dos títulos a guardá-los por um período de pelo menos cinco anos. O país precisa respirar, a sociedade não poderá conviver com mais alguns anos de estagnação econômica. Nossos esquerdistas nunca leram Marx, caso contrário saberiam que o que move o mundo é o dinheiro, não a ideologia. Esta é apenas uma forma de controlar as massas ignorantes.

Sidney Borges

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