Cidadania em discussão
Replantar, nem pensar
José Ronaldo dos Santos
No último dia 5 de junho, conforme o convite feito, aconteceu o reflorestamento do morro da Ressaca. Quarenta e cinco pessoas participaram; 500 mudas arbóreas foram distribuídas naquela feiúra (queimada). Trabalhamos das 14:00 às 17:00 horas e valeu a pena. Ninguém, de nenhum órgão afinado com questões ambientais, compareceu (pode ser que muitos dos presentes tenham percebido isso). Quem compareceu foi um senhor, Odaci de Araújo, que se apresentou como uma espécie de procurador do dono do terreno (que ele diz ser Rogério Marcico, da cidade de Lorena) e que tentou inibir qualquer iniciativa por parte da juventude e dos poucos adultos que lá compareceram. O argumento do referido senhor foi que existe um processo tramitando na Justiça, e por isso ele exigia a suspensão da ação. Argumentamos que nenhum dos presentes pretendia causar prejuízo ao proprietário, mas somente despertar uma nova consciência, que faça frente às ações de vandalismos.
Algumas questões:
Cadê qualquer tipo de cerca?
Onde está a placa indicando o proprietário?
Por que a propriedade não recebe estes e outros cuidados, tais como aceiro, reflorestamento etc.?
Enfim: botar fogo pode, mas replantar não.
Naquele mesmo dia, informando-me na Defesa Civil, responsável pelo combate daquele incêndio, juntamente com o Corpo de Bombeiros, há alguns meses, fiquei sabendo que o proprietário nem se preocupou em registrar uma ocorrência do fato. Como saber se o fogo foi aliado de alguém? Teve algum propósito que ainda permanece oculto?
Será que não está passando da hora de levar a sério as questões relacionadas ao meio ambiente? É preciso considerar uma frase dita pelo professor Maurício naquela tarde: “Já não se trata de uma questão ambiental; agora é questão humanitária mesmo!”
Aos interessados: não pertencemos a nenhuma ONG e não compactuamos com o descaso de parte do poder público. Somos apenas moradores de Ubatuba que desejamos deliberar pensando num bem maior. Ah! Para terminar: muitos dali, assim como eu, são caiçaras que, apesar da pouca idade, se assustam pela degradação ambiental galopante no município nas últimas décadas. Também estavam representados aqueles que vieram depois e adotaram a cidade de uma forma verdadeira, respeitando suas riquezas naturais como aquilo que há de maior valor. Porém, gostaríamos que o senhor que se apresentou como procurador do proprietário, “caiçara legítimo”, portanto testemunha viva da destruição, tomasse uma posição em favor da natureza, que é, na verdade, uma posição em favor da continuidade da sobrevivência humana. Infelizmente naquela tarde ele estava a favor do fogo, dos vândalos, dos especuladores sem escrúpulos.
Algumas certezas são irreversíveis:
a) É preferível plantar em vez de incendiar a mata.
b) É preciso estimular mais jovens para a prática do bem.
c) É preferível corrigir do que fomentar erros.
d) Cidadania é exercício.
Estamos interessados em continuar desenvolvendo tais ações. Isso é crime??? Esperamos que mais pessoas despertem para isso, nos indiquem áreas que possam receber o mesmo tipo de tratamento e, quem sabe, queiram participar de atividades como essa. Aos que compareceram e suaram, naquela tarde dedicada ao meio ambiente, nossos agradecimentos. Também agradecemos aos sites que fizeram a divulgação, ampliando a nossa ação. Até breve!
Ubatuba, 07 de junho de 2006
José Ronaldo dos Santos
No último dia 5 de junho, conforme o convite feito, aconteceu o reflorestamento do morro da Ressaca. Quarenta e cinco pessoas participaram; 500 mudas arbóreas foram distribuídas naquela feiúra (queimada). Trabalhamos das 14:00 às 17:00 horas e valeu a pena. Ninguém, de nenhum órgão afinado com questões ambientais, compareceu (pode ser que muitos dos presentes tenham percebido isso). Quem compareceu foi um senhor, Odaci de Araújo, que se apresentou como uma espécie de procurador do dono do terreno (que ele diz ser Rogério Marcico, da cidade de Lorena) e que tentou inibir qualquer iniciativa por parte da juventude e dos poucos adultos que lá compareceram. O argumento do referido senhor foi que existe um processo tramitando na Justiça, e por isso ele exigia a suspensão da ação. Argumentamos que nenhum dos presentes pretendia causar prejuízo ao proprietário, mas somente despertar uma nova consciência, que faça frente às ações de vandalismos.
Algumas questões:
Cadê qualquer tipo de cerca?
Onde está a placa indicando o proprietário?
Por que a propriedade não recebe estes e outros cuidados, tais como aceiro, reflorestamento etc.?
Enfim: botar fogo pode, mas replantar não.
Naquele mesmo dia, informando-me na Defesa Civil, responsável pelo combate daquele incêndio, juntamente com o Corpo de Bombeiros, há alguns meses, fiquei sabendo que o proprietário nem se preocupou em registrar uma ocorrência do fato. Como saber se o fogo foi aliado de alguém? Teve algum propósito que ainda permanece oculto?
Será que não está passando da hora de levar a sério as questões relacionadas ao meio ambiente? É preciso considerar uma frase dita pelo professor Maurício naquela tarde: “Já não se trata de uma questão ambiental; agora é questão humanitária mesmo!”
Aos interessados: não pertencemos a nenhuma ONG e não compactuamos com o descaso de parte do poder público. Somos apenas moradores de Ubatuba que desejamos deliberar pensando num bem maior. Ah! Para terminar: muitos dali, assim como eu, são caiçaras que, apesar da pouca idade, se assustam pela degradação ambiental galopante no município nas últimas décadas. Também estavam representados aqueles que vieram depois e adotaram a cidade de uma forma verdadeira, respeitando suas riquezas naturais como aquilo que há de maior valor. Porém, gostaríamos que o senhor que se apresentou como procurador do proprietário, “caiçara legítimo”, portanto testemunha viva da destruição, tomasse uma posição em favor da natureza, que é, na verdade, uma posição em favor da continuidade da sobrevivência humana. Infelizmente naquela tarde ele estava a favor do fogo, dos vândalos, dos especuladores sem escrúpulos.
Algumas certezas são irreversíveis:
a) É preferível plantar em vez de incendiar a mata.
b) É preciso estimular mais jovens para a prática do bem.
c) É preferível corrigir do que fomentar erros.
d) Cidadania é exercício.
Estamos interessados em continuar desenvolvendo tais ações. Isso é crime??? Esperamos que mais pessoas despertem para isso, nos indiquem áreas que possam receber o mesmo tipo de tratamento e, quem sabe, queiram participar de atividades como essa. Aos que compareceram e suaram, naquela tarde dedicada ao meio ambiente, nossos agradecimentos. Também agradecemos aos sites que fizeram a divulgação, ampliando a nossa ação. Até breve!
Ubatuba, 07 de junho de 2006
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