Fábula XV
Rogério Frediani
E o chefe do executivo da cidadezinha decidiu colocar em prática um projeto que modifica a mão de uma das mais importantes avenidas, a da entrada da cidade, e para espanto dos comerciantes daquela área, a tal avenida passaria a ter mão em direção à saída somente. Descontentes e preocupados, esses empresários, que pagam impostos, resolveram fazer um abaixo-assinado pedindo que o projeto não seja colocado em prática, uma vez que o prejuízo seria grande. Assim como está sendo em uma outra importante avenida da cidadezinha, onde o poder executivo implantou um corredor exclusivo para as bicicletas, porém ali ninguém se preocupou com a voz dos comerciantes, e o projeto foi concluído, como se eles não existissem. E dizem que o governo seria participativo. É, está se vendo.
Bem, mas voltando aquela outra avenida, depois da manifestação dos comerciantes, o chefe do executivo decidiu convocar uma reunião com os mesmos para explicar o tal projeto, o que seria uma atitude coerente de um governo, se realmente o assunto em pauta fosse a modificação da mão da avenida. Mas, aproveitando a oportunidade o chefe do executivo não poupou palavras para dizer que a oposição acaba fazendo com que ele perca seu tempo se explicando sobre o famoso “Grilo”. Será que ele não reconhece que o próprio governo não se entende? Os comerciantes estavam ali para discutir o projeto e não para ouvir as lamentações do poderoso chefe da cidadezinha. Estes assuntos, segundo os cidadãos preocupados com o futuro, deveriam ser resolvidos através da justiça. E ai os comerciantes se perguntam: porque ele não interpela os seus opositores na justiça, por causa das denuncias do tal “Grilo”? Porque aproveita as reuniões com a população para se fazer de vítima e tentar sair mais bonito na foto? Ele, como chefe do executivo, não deveria se preocupar mais com o fato de os comerciantes estarem com suas contas bancárias em vermelho? O que demonstra que a administração pública nada tem feito para desenvolver o turismo, a maior fonte de renda da cidadezinha. Ah! Mas e o Carnaval? Poderia perguntar ele, uma vez que a cidadezinha nunca viu tanta gente reunida. E a resposta seria unânime: se não fosse São Pedro, que decidiu fechar as torneiras do céu, os comerciantes estariam sem dinheiro, ou seja, as ações do executivo, através de sua secretaria de turismo, não foram as responsáveis pelo sucesso daquele período.
Se o chefe do executivo não está conseguindo governar por causa da oposição, deveria lembrar que enquanto membro do legislativo exerceu a oposição com propriedade, colaborando inclusive com o afastamento do então chefe por causa de um automóvel importado comprado com dinheiro público. E agora? Será que ele espera que ninguém se oponha a seus atos ilícitos?
Se ele prega que não consegue enxergar o futuro por causa da oposição, vale lembrar que “o futuro a Deus pertence”, hoje ele é o chefe, amanhã provavelmente não. Se o tal chefe da cidadezinha está pensando no futuro, este futuro deve ser agora, com ações que tragam o turismo, que beneficiem o comércio e conseqüentemente toda cidade, e não posando de vítima por causa de seus erros.
E a cidadezinha se entristece, porque as soluções esperadas não aparecem...
Bem, só pra lembrar: uma pequena e charmosa rua da cidadezinha parece que também está na lista para sofrer modificações. Os comerciantes que se preparem.
E o chefe do executivo da cidadezinha decidiu colocar em prática um projeto que modifica a mão de uma das mais importantes avenidas, a da entrada da cidade, e para espanto dos comerciantes daquela área, a tal avenida passaria a ter mão em direção à saída somente. Descontentes e preocupados, esses empresários, que pagam impostos, resolveram fazer um abaixo-assinado pedindo que o projeto não seja colocado em prática, uma vez que o prejuízo seria grande. Assim como está sendo em uma outra importante avenida da cidadezinha, onde o poder executivo implantou um corredor exclusivo para as bicicletas, porém ali ninguém se preocupou com a voz dos comerciantes, e o projeto foi concluído, como se eles não existissem. E dizem que o governo seria participativo. É, está se vendo.
Bem, mas voltando aquela outra avenida, depois da manifestação dos comerciantes, o chefe do executivo decidiu convocar uma reunião com os mesmos para explicar o tal projeto, o que seria uma atitude coerente de um governo, se realmente o assunto em pauta fosse a modificação da mão da avenida. Mas, aproveitando a oportunidade o chefe do executivo não poupou palavras para dizer que a oposição acaba fazendo com que ele perca seu tempo se explicando sobre o famoso “Grilo”. Será que ele não reconhece que o próprio governo não se entende? Os comerciantes estavam ali para discutir o projeto e não para ouvir as lamentações do poderoso chefe da cidadezinha. Estes assuntos, segundo os cidadãos preocupados com o futuro, deveriam ser resolvidos através da justiça. E ai os comerciantes se perguntam: porque ele não interpela os seus opositores na justiça, por causa das denuncias do tal “Grilo”? Porque aproveita as reuniões com a população para se fazer de vítima e tentar sair mais bonito na foto? Ele, como chefe do executivo, não deveria se preocupar mais com o fato de os comerciantes estarem com suas contas bancárias em vermelho? O que demonstra que a administração pública nada tem feito para desenvolver o turismo, a maior fonte de renda da cidadezinha. Ah! Mas e o Carnaval? Poderia perguntar ele, uma vez que a cidadezinha nunca viu tanta gente reunida. E a resposta seria unânime: se não fosse São Pedro, que decidiu fechar as torneiras do céu, os comerciantes estariam sem dinheiro, ou seja, as ações do executivo, através de sua secretaria de turismo, não foram as responsáveis pelo sucesso daquele período.
Se o chefe do executivo não está conseguindo governar por causa da oposição, deveria lembrar que enquanto membro do legislativo exerceu a oposição com propriedade, colaborando inclusive com o afastamento do então chefe por causa de um automóvel importado comprado com dinheiro público. E agora? Será que ele espera que ninguém se oponha a seus atos ilícitos?
Se ele prega que não consegue enxergar o futuro por causa da oposição, vale lembrar que “o futuro a Deus pertence”, hoje ele é o chefe, amanhã provavelmente não. Se o tal chefe da cidadezinha está pensando no futuro, este futuro deve ser agora, com ações que tragam o turismo, que beneficiem o comércio e conseqüentemente toda cidade, e não posando de vítima por causa de seus erros.
E a cidadezinha se entristece, porque as soluções esperadas não aparecem...
Bem, só pra lembrar: uma pequena e charmosa rua da cidadezinha parece que também está na lista para sofrer modificações. Os comerciantes que se preparem.
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