Educação

Ensino de Física

Sidney Borges
Retorno de uma reunião em São Paulo. Estou escrevendo complementos para um livro de Física voltado ao ensino médio. Se estivesse ao meu alcance eu mudaria algumas coisas na estrutura do ensino da matéria. A Física, em função dos vestibulares, acaba se tornando uma espécie de quebra-cabeças. Cito como exemplo o início do curso de Mecânica, quando se aborda a Cinemática, que estuda os movimentos sem se preocupar com as causas. O aluno precisa basicamente saber o que é velocidade e o que é aceleração, lembrando que o conceito de velocidade está presente na vida cotidiana. O tratamento matemático desta parte inicial deveria ser simplificado, no entanto, o que vemos nos livros não tem nada de simples. Alguns problemas de velocidade média exigem conhecimento e traquejo algébrico além da capacidade da maioria dos alunos que, frustrados, colocam a Física de lado. Sem o domínio de conceitos básicos não há como acompanhar o desenvolvimento do curso. Em pouco tempo a aula de Física se torna um filme fantástico, com o professor falando uma linguagem estranha para alunos entediados.
Recentemente fizeram uma pesquisa nos Estados Unidos com profissionais formados nas melhores universidades. O propósito foi avaliar o conhecimento básico de Ciências. O resultado foi desanimador, a maioria não conseguiu explicar de forma satisfatória o que acontece quando um corpo é lançado verticalmente para cima. Física não é um joguinho de armar como faz supor o vestibular, que premia os mais rápidos no uso de Álgebra. Física exige criatividade e imaginação. O domínio dos conceitos fundamentais simplifica a vida e ajuda a entender o mundo. Quando terminar a tarefa atual vou escrever um livro simplificado de Física. Complicados existem muitos no mercado. O meu livro certamente não será útil para o vestibular, mas vai ajudar quem quer saber, por exemplo, porque a Lua não cai.

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