Papo do Editor

Bombas e bombas

Sidney Borges
A coisa está esquentando na península coreana. Mais do que o trivial. Nunca esfriou desde que a temperatura subiu em 1945, quando russos e americanos dividiram o espólio japonês. Eu gostaria de visitar a Coréia do Norte, a propaganda contra o regime é tão forte que me faz desconfiar.

A mídia não muda a realidade, cria outra e há quem acredite. Onde estão as tais armas de destruição em massa do Iraque? Não existiam, mas mesmo assim o Iraque foi destruído. 

Noblesse oblige, Tio Sam teve o cuidado democrático de pedir desculpas. Armas letais não são encontradiças fora dos países que se intitulam responsáveis, sempre armados até os dentes. O jornal britânico, The Guardian, a propósito, acaba de inventar a roda. Descobriu o que até o mundo mineral está careca de saber. Israel tem armas nucleares.

Dizem por aí que houve tentativa de vender a bomba para a África do Sul. What for? Para sustentar o apartheid? Será que os malvados racistas pretendiam bombardear guetos? Coladinhos aos elegantes bairros brancos? Bullshit.

Quanta besteira sai nos jornais britãnicos e nós reproduzimos como eternos colonizados.

Se vamos ou não vamos fazer a bomba não sei, mas que estamos próximos tenho certeza. O ciclo completo do enriquecimento de urânio foi conquistado. Estão anunciando como novidade, mas é coisa antiga.

Se eu fosse espião poderia ter fotografado as instalações de Iperó, em São Paulo. Em 1985 fiz um vôo de planador de trajetória triangular entre Tatuí, Sorocaba e Tietê. Ou melhor, decolei com essa intenção. A primeira etapa entre Tatuí e Sorocaba foi bem sucedida.

Na segunda perna o tempo mudou, uma cobertura de nuvens "cirrus" espantou as témicas. Fiquei baixo, por volta de 400 metros, pendurado num "zerinho" por mais de 40 minutos. Para fazer sentido aos leigos: os planadores tem um instrumento que dá a velocidade vertical. Quando ele marca zero a aeronave permanece no nível de vôo. Antes de retornar a Tatui, a duras penas, sobrevoei as instalações secretas da Marinha, em Iperó.

Deixo claro ao SNI e a quem mais possa interessar. Não bisbilhotei segredos nucleares tupiniquins. A poderosa câmera espiã, comprada do desertor da "Stasi" envenenado por um búlgaro manco, não estava comigo. Mas até hoje permaneço desconfiado. Aqueles telhados tinham jeitão atômico. Boimate pode? Então telhado suspeito também pode.

Como é desagradável acompanhar o vaivém das pesquisas e as posteriores análises contendo o pulo do gato. O desperdício de tinta e papel vai continuar até a véspera da eleição. Ganhe Dilma, ganhe Serra, nada vai mudar. Isso é bom, o Brasil vai bem, precisa apenas investir no futuro. Educação é o futuro. Como sempre coloco minha posição, deixo claro que vou votar em Serra. Democracia precisa de alternância.

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Comentários

Saulo Gil disse…
Para o Governo do Estado meu caro Sidney, qual será seu voto? Manterá a prerrogativa de alternância?
PS-Esse é um Executivo que há muito precisa disso.
sidney borges disse…
Ainda não defini em quem votar. Mas sei em quem não votar. No Mercadante jamais, ele que tanto espinafrou o Plano Real.
Saulo Gil disse…
Então admite que pela alternância Alckmin jamé... boa decisão..rs

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